Sua empresa abriu vagas temporárias para suprir a alta demanda de final de ano? Então saiba como aproveitar esses talentos na hora de fazer novas contratações!
Os contratos temporários podem ser uma excelente oportunidade para identificar talentos que, se efetivados, têm potencial de contribuir positivamente no dia a dia do negócio.
Segundo levantamento da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), a previsão é de que cerca de 450 mil vagas temporárias sejam abertas no último trimestre de 2024.
Por isso, é fundamental que as organizações aproveitem esse momento para mapear perfis que se alinhem a cultura da empresa e demonstrem potencial para contribuir a longo prazo.
Por que há um aumento das contratações temporárias?
Fenômeno recorrente no mercado de trabalho durante os últimos meses do ano, as vagas temporárias são impulsionadas por diversos fatores sazonais e econômicos.
Afinal, esse período é marcado por datas comemorativas que estimulam o consumo, como: Black Friday, Natal e Ano-novo, por isso a demanda por mão de obra adicional é maior em relação aos demais períodos do ano.
Outro fator que aquece principalmente o varejo e o consumo de bens é o pagamento do décimo terceiro salário, que injeta mais dinheiro na economia e aumenta o poder aquisitivo dos consumidores.
Em quais esferas há mais vagas temporárias?
Setores como o comércio, especialmente lojas de médio e grande porte do varejo, a indústria e os serviços são os mais impactados pelas demandas sazonais do último trimestre.
Conforme indicam os dados da Asserttem, a indústria, por exemplo, representa 45% das contratações temporárias, seguida pelo setor de serviços com 35% e comércio com 15%.
O setor de logística também experimenta um crescimento significativo devido ao aumento das vendas online e à necessidade de entregas rápidas e eficientes.
Expectativas
A expectativa é de que o número de vagas temporárias entre setembro e dezembro seja 0,5% maior se comparado com 2023, com mais de meio milhão de contratos temporários.
As empresas recorrem a essas contratações como uma estratégia para lidar com o pico de atividades, sem comprometer sua saúde financeira a longo prazo, permitindo que seja possível atender à demanda elevada.
Mas, simultaneamente, os empregadores podem aproveitar a oportunidade para avaliar potenciais candidatos, aderentes a vagas e efetivações futuras.
Oportunidades
Para as organizações, a modalidade de contratação temporária proporciona flexibilidade operacional e a oportunidade de avaliar potenciais colaboradores em situações reais de trabalho, antes de um compromisso de longo prazo.
E para os trabalhadores, é uma oportunidade de demonstrar suas habilidades, adquirir experiência e potencialmente conquistar uma posição permanente.
Com isso, o modelo de contratação temporário para demandas sazonais cria um cenário de benefício mútuo, em que:
- As empresas podem adaptar sua força de trabalho às demandas, reduzir riscos associados a contratações permanentes e identificar talentos que se alinhem à sua cultura organizacional.
- Os profissionais têm a chance de expandir sua rede de contatos, desenvolver novas competências e, muitas vezes, transformar uma oportunidade temporária em um emprego estável.
Conforme afirma a Associação Brasileira do Trabalho Temporário, estima-se que 22% dos contratos de curto prazo sejam convertidos em oportunidades fixas durante o ano.
Número que reforça o potencial dessa modalidade como um “período de experiência” estendido.
O que dizem os especialistas?
A Pesquisadora, Professora de Pós-graduação e Especialista Lina Nakata, uma das responsáveis pela Pesquisa FIA – Lugares Incríveis para Trabalhar explica que posições temporárias podem ser uma oportunidade muito interessante para testar pessoas contratadas a curto prazo, mas que possuem perfil para serem efetivadas.
“Acredito que, num mundo ideal (e não possível), seria ter funcionários que pudessem trabalhar um período de semanas, a fim de serem avaliados nas suas competências, antes de serem efetivamente contratados.”
Para ela, dessa forma seria possível compreender os talentos e habilidades dos candidatos, indo além das informações presentes no currículo e observadas durante um processo seletivo.
Por isso, aproveitar os profissionais temporários para garantir mais assertividade na hora de preencher vagas efetivas é uma ótima estratégia, que segundo Lina Nakata, poderia ganhar mais atenção dos empregadores.
Existe alguma estratégia para diferenciar os perfis adequados para as vagas?
A especialista e pesquisadora da FIA explica que além de observar as entregas dos profissionais temporários, uma estratégia importante é realmente avaliar esses talentos por seus comportamentos, atitudes e valores culturais.
“Isso pode acontecer em momentos formais de uma eventual avaliação, ou mesmo no dia a dia, medindo atitudes em situações específicas.”
Como aproveitar talentos temporários
O aproveitamento eficaz de talentos temporários é um desafio que muitas empresas enfrentam, principalmente em períodos de alta demanda.
Mas existem algumas estratégias que podem auxiliar recrutadores e empresários a terem um olhar mais analítico e assertivo na hora de selecionar quem se destaca para uma vaga fixa.
Conforme explicou Eduardo Carmello, CEO e fundador da Entheusiasmos Consultoria, durante o Robert Half Talks, é fundamental identificar tanto as hard quanto as soft skills necessárias para a função, além de avaliar se existe um fit cultural do candidato com a organização.
Ele ainda ressalta a importância dessas habilidades comportamentais, afirmando que “é um desafio identificar soft skills com profundidade em um processo seletivo”.
No entanto, quando falamos sobre vagas temporárias, é possível entender o período do contrato como uma oportunidade para identificar essas características, antes de uma possível efetivação.
Como estimar a assertividade de um temporário?
Carmello argumenta que o retorno sobre investimento (ROI) deve ser considerado em sua totalidade, avaliando todos os aspectos e interações envolvidos durante o período de atividade do profissional, incluindo:
- O contato com o RH;
- A interação com os clientes;
- O dia a dia com a equipe e com os gestores;
- As entregas e método de trabalho.
“Essa métrica é compartilhada pelo trabalho coletivo do RH e da gestão de cada área e departamento”, explica.
Para Lina Nakata, este é um ponto bem crítico quando falamos sobre a assertividade da contratação.
“É necessário entender quais comportamentos estão sendo aplicados por envolver uma relação de curto prazo, ou por ser algo nato do profissional. Uma observação mais próxima, principalmente do gestor imediato com esses profissionais, pode contribuir para essa diferenciação.”
Lina Nakata
Ela explica que profissionais temporários, muitas vezes, excedem seu desempenho por um curto período, entendendo que podem ter uma chance de efetivação. Mas todo cuidado é importante!
Porque não apenas os temporários se mostram mais empolgados no início da jornada em uma empresa, mas também os novos colaboradores com contratos de duração indeterminada.
“Identifiquei talentos adequados para algumas vagas, mas não há posições em aberto”
Neste caso, os especialistas comentam que investir em um banco de talentos pode ser a melhor opção!
“Muitas vezes, o período pós-pico não é o mais adequado para as contratações, mas certamente elas podem ser necessárias ao longo do ano.”
Por isso, se a empresa fizer uma boa gestão desse grupo de temporários, é possível um melhor aproveitamento desses profissionais, que já terão o perfil mapeado.
Dessa forma, as organizações podem maximizar o aproveitamento de diferentes perfis, adequados para vagas que ainda vão surgir, criando um ambiente propício para o desenvolvimento mútuo. Continue navegando pela Alelo e veja outros conteúdos que podem ajudar a sua empresa a estruturar estratégias mais assertivas na hora de contratar.
