O CONARH 2025, que acontece em São Paulo, começou nesta terça, 19 de agosto, com força total, trazendo diversos debates sobre a gestão de pessoas e o futuro das organizações. E uma das palestras mais aguardadas desse primeiro dia foi a de Sankar Venkatraman (Índia), Global Evangelist do LinkedIn, Ph.D. pela Rutgers University e MBA por Cornell.
Especialista em dados e Inteligência Artificial (IA), Sankar Venkatraman teve como objetivo falar sobre “O poder das pessoas na era da Inteligência Artificial”, título que dava nome à palestra do Global Evangelist do LinkedIn.
Para iniciar a discussão, Venkatraman nos lembrou que, da descoberta do fogo à invenção da internet, a história da humanidade é marcada pela busca constante por ferramentas que ampliam nossas possibilidades.
Segundo ele, hoje, a IA ocupa esse lugar, cercada de desconfiança, mas com enorme potencial de transformação. Para o Global Evangelist, essa ferramenta está redesenhando o trabalho, a força de trabalho e os ambientes profissionais.
Mas, enquanto tarefas repetitivas são automatizadas, habilidades humanas como comunicação, inteligência emocional, adaptabilidade e resolução colaborativa de problemas tornam-se cada vez mais essenciais

“Somos feitos de emoções. Todos estamos em busca de emoções – a questão é apenas encontrar a maneira de vivenciá-las”, disse, citando o piloto brasileiro Ayrton Senna, lembrando aos presentes que a tecnologia sem humanidade não tem propósito.
As três grandes transformações do trabalho com IA
Ao longo da palestra, Sankar Venkatraman destacou três mudanças centrais no cenário corporativo impulsionadas pela Inteligência Artificial:
- Inteligência artificial generativa: 76% das organizações já utilizam IA generativa para otimizar processos e criar novas oportunidades;
- Gestão centrada em habilidades (skills-centered): até 2030, 70% das habilidades atuais devem passar por transformação devido à IA;
- Gestão de talentos orientada por aprendizado (learning-driven): 71% dos executivos acreditam que capacitação em IA pode compensar lacunas de experiência;
Ainda, o palestrante pontuou que, no Brasil, a contratação com foco em habilidades de IA cresceu 31% no último ano, colocando o país no top 5 global em adoção dessas competências.
E como se preparar para o futuro do trabalho?
Venkatraman reforça que não agir é o maior risco. Para se preparar, é necessário atuar em três frentes. São elas:
1. Empresas
As organizações precisam:
- Criar conselhos de IA para monitoramento e inovação;
- Estabelecer políticas de uso responsável da tecnologia;
- Fomentar colaboração e transparência entre equipes;
- Investir em reskilling e upskilling contínuos dos funcionários;
- Desenvolver agilidade e confiança como base organizacional.
2. RH
Neste cenário, o RH deve:
- Encarar a IA como ferramenta estratégica;
- Redefinir o conceito de cargo para fluxos de trabalho impulsionados por IA;
- Preparar líderes e equipes para mudanças rápidas nas habilidades exigidas;
- Garantir letramento em IA para todos os colaboradores.
3. Indivíduos
As pessoas compõem a terceira frente e precisam estar atentas a:
- Habilidades cognitivas: pensamento crítico, comunicação e flexibilidade mental;
- Autoliderança: autoconhecimento, curiosidade, resiliência e aprendizagem contínua;
- Habilidades interpessoais: colaboração, escuta ativa e capacidade de ensinar;
- Habilidades digitais: fluência digital, visão de sistemas e experiência do usuário.
Ao refletir sobre o papel das pessoas neste cenário de crescimento da IA, o palestrante destacou: “[…] Dos quatro blocos de desenvolvimento das pessoas, somente um está ligado à tecnologia, ao digital. Os demais são habilidades humanas, mesmo em um cenário de IA”.

Mesmo com a IA, o futuro do trabalho é humano
Para Venkatraman, frente às mudanças, o futuro do trabalho será centrado no humano, amparado pela Inteligência Artificial, orientado por habilidades e movido pela inovação.
Como dizia Alvin Toffler, ainda em 1970: “Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender”.
A mensagem final é clara: a inteligência artificial é inevitável, precisamos lidar e trabalhar com ela, mas o diferencial continuará sendo humano.
Ou seja, o que precisamos é desenvolver habilidades cognitivas, emocionais e sociais, que são essenciais para prosperar na era da IA. E as empresas não podem mais ignorar essa realidade.
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