Categories: Gestão

A gente não quer só dinheiro: propósito ganha mais espaço na pauta de 2022

Todos os anos o executivo Larry Fink, um dos capitalistas mais influentes do mundo à frente da gestora de fundos BlackRock, publica uma carta destinada aos CEOs. Em 2022, ele abriu seu texto, que acaba ditando as tendências do ano, discutindo as relações de trabalho e colocando o CEO e o trabalho realizado pelo RH como fatores verdadeiramente críticos para a boa performance das companhias.

Na carta, publicada no site da gestora, Larry Fink afirma: “Colocar o propósito de sua empresa na base de seus relacionamentos com seus stakeholders é fundamental para o sucesso a longo prazo”.

E isso não é exatamente uma novidade. Especialmente entre os mais jovens, as conversas sobre carreiras não têm mais o pilar do sucesso financeiro como base principal. Os profissionais se ancoram no tal propósito para embasar as conversas e as escolhas.

Esse é um caminho sem volta. É claro que o equilíbrio financeiro é necessário, mas as pesquisas apontam uma tendência pela busca por fazer a diferença — e compactuam com o ponto de vista de Larry Fink.

A pandemia ajudou a escancarar isso. Um levantamento publicado na McKinsey Quartely mostrou que mais de 15 milhões de trabalhadores americanos deixaram seus empregos desde abril de 2021 – sem que seus empregadores saibam bem o motivo. Mesmo porque são vários — e vão muito além de salários e benefícios.

“Eles querem um renovado senso de propósito em seu trabalho. Eles querem conexões sociais e interpessoais com seus colegas e chefes. Eles querendo o sentimento de compartilhar de uma mesma identidade, senso de propósito, desejo de sentir que compartilham de uma mesma identidade”, afirma o texto publicado na McKinsey Quartely.

A necessidade de escancarar os propósitos é evidente. Segundo um artigo publicado pela Harvard Business Review, 9 em cada 10 americanos entrevistados ganhariam menos em troca de um trabalho mais significativo. Ou seja, a busca por algo mais profundo já é uma realidade na maioria dos profissionais.

No Brasil, a tendência é a mesma. O relatório Protegendo o Futuro do Trabalho, do CEBRAC (Centro Brasileiro de Cursos) mostrou que 53% dos brasileiros querem mudar de profissão após a pandemia. A principal motivação é a busca pelo equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional segundo o estudo, seguido de melhoria salarial, função mais significativa, diminuição de horas trabalhadas e mais prazer no trabalho.

Isso não quer dizer, é claro, que a parte financeira não importa. Pelo contrário, segundo a escola de negócios IMD da Suíça, empresas que procuram se conectar com demandas da sociedade têm vantagens competitivas que podem elevar suas receitas em até 17%. Ou seja, o encontro de muitos propósitos tende a ser muito bom — e lucrativo.

Como isso é sentido na sua empresa? Consegue enxergar esse direcionamento nos profissionais mais jovens? Vale a reflexão e o esforço de encontrar o propósito da empresa, seja ele qual for.

O que você achou disso?

Alelo

Share
Published by
Alelo

Recent Posts

Maria Isabel, farofa de banana e mais: os pratos típicos de Cuiabá

Maria Isabel, paçoca de pilão, farofa de banana, arroz de pequi são alguns dos pratos…

4 dias ago

Pé na estrada: conheça os melhores passeios um pulo de Cuiabá

Fazer viagens curtinhas a passeio na região de Cuiabá é a certeza de curtir a…

5 dias ago

Como aulas de teatro podem ajudar melhorar sua relação interpessoal no trabalho?

A pergunta do dia é: você já considerou fazer aulas de teatro?  Pode até parecer…

6 dias ago

Os desafios na busca pela acessibilidade cultural

A cultura tem um papel essencial na inclusão social e por isso o debate sobre…

1 semana ago

Como o esporte pode ajudar no desempenho profissional?

O esporte traz diversos benefícios para a saúde, mas também pode ser muito vantajoso para…

1 semana ago

Deslocamento até o trabalho: o que diz legislação sobre as horas in itinere?

O termo horas in itinere é usado no “juridiquês” para tratar o deslocamento até o…

2 semanas ago