A cena é batida e até mesmo alvo de piada entre profissionais do RH: o candidato a uma vaga que responde “perfeccionismo” à pergunta “qual o seu maior defeito?”. Embora essa resposta nem sempre seja dada de forma sincera (e por isso, as piadas), essa característica pode realmente ser uma fonte de problemas, tanto para o profissional em questão, quanto para as pessoas ao seu redor.
O perfeccionismo, ou a busca pela perfeição, não significa um trabalho melhor, e se você tem orgulho de dizer que é perfeccionista, valoriza e cobra isso da sua equipe, é melhor repensar seu comportamento.
Feito é melhor do que perfeito
É sempre importante lembrar que o “perfeito” não existe, e a busca por algo impossível de alcançar apenas gera frustração e cansaço. Além de elevar os níveis de cobrança, o perfeccionismo também leva as pessoas a compararem os resultados possíveis com aqueles que apenas podem ser imaginados.
Diante disso, aumentam-se os riscos de problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Mas o perfeccionismo também pode levar à perda de produtividade e de eficiência, já que a tentativa de atingir padrões inatingíveis torna praticamente tudo inviável. O trabalho nunca está bom, e é sempre necessário alterar ou acrescentar algo.
Nessa espiral de exigências, a tarefa nunca é concluída ou entregue no prazo, gerando exatamente o efeito contrário àquele que o perfeccionista esperava atingir.
Se o perfeccionismo parte dos gestores sobre suas equipes, os riscos também são altos. O ambiente de trabalho se torna pesado, e o time também irá sofrer consequências psicológicas por conta da impossibilidade de agradar ao chefe e atingir os objetivos impostos.
Como mudar o cenário?
Se você consegue identificar essas características em você, é possível adotar algumas medidas para tentar reverter esse cenário. Um primeiro passo é fortalecer sua confiança, conscientizando-se de sua capacidade de atingir resultados positivos, mesmo que imperfeitos.
Nesse sentido, busque também valorizar sua capacidade de execução do trabalho e aceitar a imperfeição. Não adote metas impossíveis, pois elas acabam apenas reforçando a sensação de que você não é capaz de realizá-las, o que, por sua vez, gera frustração e todas as consequências já descritas anteriormente.
Também evite cobrar perfeição de quem está próximo a você. Busque colocar-se no lugar dos outros e entender que cada pessoa tem sua forma de trabalhar e agir. Caso uma crítica seja inevitável, busque fazê-la de forma construtiva e sem humilhar ninguém.
Caso necessário, procure também a ajuda de um profissional, como terapeutas e psi, para entender as raízes do problema e as melhores formas de modificá-lo.
Por fim, lembre-se que perfeccionismo não se confunde com excelência, e que erros ou imperfeições não diminuem sua competência, mas geram oportunidades de aprendizado.
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