Já na década de 1950 o matemático britânico Alan Turing buscava uma forma de fazer com que computador dialogasse com as pessoas sem que elas notassem que se tratava de uma máquina do outro lado da tela. Algumas décadas depois, o conceito de inteligência artificial chegou ao ápice e atualmente os chatbots, softwares que simulam a fala humana e são capazes de bater papo com usuários, já são amplamente utilizados. É comum encontrar os robozinhos nos aplicativos de consumo, mas nos últimos anos, o setor de recursos humanos começou a lançar mão da ferramenta.

Segundo um estudo da consultoria Gartner, até 2021, 25% dos profissionais usarão diariamente assistentes virtuais empresariais e 20% dos processos de trabalho serão geridos por máquinas.

De acordo com especialistas, os chatbots podem assumir um papel importante de alívio da mão-de-obra no departamento de RH. Isso porque a programação dessa ferramenta pode alimentar os funcionários com informações automáticas que são muito requisitadas, como detalhes sobre folha de pagamento, convênio médico, período de férias, dados de vale-alimentação e dicas de treinamento, por exemplo. A ideia é tornar o fluxo de informações mais fluido, sem a necessidade de interação de um gerente.

“O chatbot pode assumir o papel de um funcionário do RH, ou até mais de um, com essas questões básicas que demandam tempo da equipe”, diz Lauro Figueras, consultor de RH. “Com isso, sobra mais tempo para os profissionais pensaram na questão estratégica da área de gestão de pessoas”, afirma.

A redução de custos com o uso de chatbots também pode ser significativa. Afinal, quanto maior a empresa, mais funcionários o RH precisaria ter simplesmente para focar na comunicação interna. “É uma solução relativamente simples que pode aumentar a produtividade da companhia”, diz Lauro.

Além disso, o uso do chatbot elimina a possibilidade de erro humano, gera registro de informações e possibilita a criação de indicadores. Na outra ponta, os funcionários tem respostas rápidas para as perguntas e não ficam limitados ao horário comercial para sanar as dúvidas, já que os assistentes funcionam em tempo integral. “As pessoas já usam aplicativos e chatbots no dia a dia e não tem porquê ser diferente nas empresas. A busca por agilidade e assertividade está em todos as áreas”, avalia o consultor.

“As pessoas já usam aplicativos e chatbots no dia a dia e não tem porquê ser diferente nas empresas. A busca por agilidade e assertividade está em todos as áreas”,

Sobre o risco de desumanizar a área de RH com o uso de robôs, os especialistas defendem que os feedbacks, conversas de corredor e reuniões constantes não são substituídos pelo chatbot. As relações humanas ainda têm o maior peso e os robôs servem de apoio para questões que são inúmeras vezes repetidas. “As portas do RH não se fecham. Pelo contrário, há mais tempo para falar de questões que de fato importam”, diz Lauro.

Na hora investir para formatar o chatbot para a empresa, o RH deve fazer um planejamento detalhado. É importante mapear as principais dúvidas dos funcionários por um período considerável e cuidar para que as informações sejam revisadas periodicamente.

Recrutamento

O uso de chatbots também tem crescido no momento do recrutamento, principalmente para que os candidatos tirem suas dúvidas e para o primeiro filtro do processo seletivo.

Um dos maiores bancos brasileiros já faz até entrevista de emprego usando chatbots. Em poucos meses de operação, a tecnologia já ajudou em 180 contratações. O robô assume a figura de Paula e por meio de uma página no Facebook conversa com os interessados em estagiar e trabalhar na companhia. O chatbot filtra os candidatos e direciona para as oportunidades mais indicadas de acordo com os perfis.

Além de aplicar um questionário nos candidatos, o chatbot assume um ar bem-humorado e envia memes e vídeos de situações hipotéticas com clientes para que o candidato diga, por exemplo, qual é o melhor tipo de crédito a ser oferecido para determinada pessoa. Em resumo, toda a interação é um teste que substitui algumas fases da entrevista formal.

Já uma das principais empresas de cosméticos do mundo afirma que com o auxílio do chatbot Mya otimiza o tempo de contratação e consegue formar grupos com muita diversidade. Em um processo seletivo com 12 mil candidaturas para apenas 80 vagas de estágio, os recrutadores economizaram 200 horas com o uso da inteligência artificial, com o robô Mya fazendo a triagem dos candidatos.

Ao que tudo indica, não dá mais para fugir dos chatbots.

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