O trabalho por projeto nada mais é do que alocar (ou contratar) um colaborador para uma frente específica, com o objetivo definido e prazo para execução. Ou seja, uma tarefa com começo, meio e fim definidos. Contratar pessoas focadas em resolver determinado problema, desenvolver um produto ou adequar alguma legislação é cada vez mais usual nas companhias.

Segundo Eduardo Vasconcellos, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e especialista em organização corporativa, o ponto de partida para saber se a empresa funcionaria melhor trabalhando em células e por projetos deve ser o reconhecimento do objetivo do negócio. Separamos alguns pontos que podem ajudar a decidir se o formato faz sentido na sua empresa:

  • Como definir: É preciso saber qual é o objetivo de contratar (ou alocar) colaboradores para um projeto. O foco precisa estar definido para que haja começo, meio e fim da execução. Por exemplo: a expansão de lojas, melhora do atendimento ao cliente, criação de um novo produto ou se preparar para uma aquisição. Buscar outras empresas que já usem o modelo pode ser uma boa forma para projetar quais seriam os ganhos desse formato para a sua companhia.
  • Como colocar em prática: Ao entender que há um objetivo que justifique a criação de células e a realização de trabalho pro projetos, o RH deve montar um time para listar as etapas da mudança organizacional. Chamar pessoas de várias áreas para participar da criação ajuda a aumentar a adesão na empresa. Nessa hora, o RH precisa encontrar padronização detse novo formato, como por exemplo deixar claro os níveis hierárquicos dentro dos grupos, além de estabelecer período de duração e das entregas ao longo dos projetos. Além disso, é preciso se atentar para o tamanho da equipe a ser mobilizada — para analisar se a operação diária não será comprometida.
  • Pontos positivos: O aumento da produtividade pode ser obtido com esse formato de trabalho, uma vez que a tomada de decisões é, ao menos na teoria, mais rápida devido a proximidade da equipe com o objetivo comum. A inovação também entra na lista de pontos positivos. Afinal, vários indivíduos, de frentes diversas, trabalhando em prol de um mesmo foco tendem a encontrar soluções mais criativas para os problemas.
  • Pontos de atenção: “Muitas vezes as pessoas brigam para saber quem manda. O indivíduo recebe ordem de um para fazer de um jeito e o gerente diz que deve ser feito de outro. A questão do ego é um grande desafio nesse formato”, afirma Eduardo. Outro ponto de atenção é a sobrecarga. Muitos profissionais se queixam do alto volume de retornos que são obrigados a dar.
  • Exemplos para se inspirar: Muitas empresas já usam esse formato. Normalmente as áreas de marketing e tecnologia tem mais facilidade para atuar em trabalho por projeto devido ao perfil dos colaboradores. As empresas instaladas no Vale do Silício, nos Estados Unidos, são grandes defensoras do modelo. Em 2012, o Spotify começou a usar esse formato em sua a operação e serviu de modelo para o mundo. Aqui você encontra um material da companhia sobre o assunto. A empresa dividiu sua equipe em pequenos grupos multifuncionais, que passaram a ser responsáveis por uma única parte do sistema. Esses pequenos grupos foram chamados de squads e tornaram o Spotify empresa mais ágil. No Brasil, o Nubank replicou o modelo, mas há várias adaptações de acordo com a necessidade das empresas. O único consenso é que as células tenham entre três a nove pessoas para evitar que o trabalho se disperse, ou que tenha pouca representatividade.

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