O respeito à diversidade cultural é ponto fundamental para o avanço da nossa sociedade.

E nas empresas não é diferente. O ambiente organizacional precisa ser estimulado pela convivência – pacífica e respeitosa – entre as pessoas com diferentes culturas, tradições e crenças.

Mas qual a melhor maneira de promover a diversidade cultural dentro de uma empresa? O blog da Alelo preparou um conteúdo exclusivo para explicar esse assunto tão urgente. Vamos lá?

O que é diversidade cultural?

O conceito de diversidade cultural surgiu a partir de estudos sobre sociologia e antropologia, em que foram definidas e observadas características próprias de um grupo de pessoas que habitam um determinado território, a chamada “identidade cultural”.

A diversidade cultural abrange diversos aspectos que representam as diferentes culturas espalhadas pelo planeta, como:

  • Linguagem;
  • Tradições;
  • Religião;
  • Culinária;
  • Costumes;
  • Modelo de organização familiar;
  • Visões políticas;
  • Classes sociais.

E para que os indivíduos convivam da maneira mais harmoniosa possível, com respeito às diferenças e à pluralidade, é importante que todas as esferas da sociedade sejam espelho dessa diversidade.

Incluindo é claro, a sua empresa, que idealmente, deverá ser formada por pessoas das mais diferentes origens.

Um documento de enorme importância em prol da diversidade cultural é a “Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural”. Aprovado em 2001 por 185 Estados-Membros, ele representa o primeiro instrumento destinado a preservar e promover o diálogo intercultural.

Qual a importância da diversidade cultural para as empresas?

Com a miscigenação dos povos e o processo de globalização, costumes tradicionais e típicos de cada grupo social, foram sendo disseminados, influenciando e sendo influenciados por diferentes culturas.

O Brasil é um ótimo exemplo, pois, ao longo dos séculos, foi povoado por indígenas, africanos, asiáticos e europeus de diversas origens. E como resultado, temos um povo plural com diferentes manifestações culturais, da gastronomia às crenças religiosas.

Com isso, para diminuir as possibilidades de choques culturais, preconceitos, ou a xenofobia (o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação a estrangeiros), é importante garantir diversidade e inclusão.

E além é claro, da presença de pessoas de diferentes origens nas empresas, é importante garantir oportunidades de trocas de experiências, para que todos se sintam acolhidos e possam usufruir da riqueza cultural, que só um ambiente diverso propicia.

Quais são os benefícios?

Empresas que promovem a diversidade cultural se tornam mais inovadoras, criativas e consequentemente, mais lucrativas, em especial em um mundo globalizado, no qual são feitas transações comerciais com organizações de diversos países.

Uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group (BCG) analisou 1,7 mil empresas diferentes, de diversos segmentos e tamanhos. O estudo revelou que companhias com colaboradores de características diversas conseguem resultados impactantes, com receitas maiores e aumento da produtividade.

Outros benefícios são:

  • Maior engajamento dos profissionais;
  • Redução do turnover;
  • Reflexo positivo na reputação da empresa, que cumpre seu “papel social”.

Um ambiente que não comporta diferenças culturais costuma ser o mesmo que não valoriza a individualidade dos profissionais. E, como consequência, acabam não desenvolvendo todo o seu potencial, se sentem inseguros e vão em busca de outras oportunidades.

Como promover a diversidade cultural na sua empresa

A construção dos valores da diversidade cultural nas empresas precisa ser algo genuíno e não uma medida feita sem consistência ou apenas “da boca para fora”.

Quando esse recrutamento é feito de qualquer maneira e apenas para dar a aparência de igualdade – sexual e racial, primordialmente –, é chamado de tokenismo, o ato de transformar as pessoas em ícones representativos, apagando assim a sua individualidade e perpetuando estereótipos.

Neste sentido, o setor de Recursos Humanos exerce papel fundamental na adoção da diversidade cultural, e da implementação de programas de inclusão.

O tema passa por várias ações, como:

  • campanhas de conscientização de todos os colaboradores, com foco no respeito às diferenças;
  • técnicas de recrutamento mais democráticas, que dêem a oportunidade para que todas as pessoas possam participar;
  • uma política de onboarding que promova a integração entre colaboradores;
  • uma gestão de pessoas voltada à valorização do profissional enquanto indivíduo, dentre outras.

Na Alelo, Veloe e Pede Pronto por exemplo, tem colaborador de todos os cantos do Brasil. Sejam pessoas que trabalham no modelo home office, como é o caso de boa parte do time Comercial e das equipes de Tecnologia, ou mesmo profissionais de diferentes naturalidades (e nacionalidades), mas que hoje residem na região de Baueri, SP, onde está localizada a sede da empresa.

Cidadã brasileira (e do mundo)

Melina Victoria Carelli é Gerente de Produtos da Alelo. Nascida na Argentina, de onde se mudou aos oito anos de idade, morou também nos Estados Unidos, na Itália e na França, além de duas vezes no Brasil, para onde se mudou definitivamente em 2013.

Melina destaca a importância de conviver com pessoas de culturas diferentes para o seu crescimento pessoal e profissional, algo que ela vivenciou intensamente durante o período de pós-graduação, em Paris.

“Foi muito bom, conheci muitas culturas. Paris é um centro cultural importante e recebe pessoas de todo o mundo, pois o aeroporto faz conexões com a América Latina, Estados Unidos e o restante da Europa”, ressalta a Gerente de Produtos.

“E pelo fato de sempre estar fora do meu país de origem, ser uma ‘expatriada’, participei de comunidades internacionais. Quando morei em Milão, fiz amigos de Israel, Coreia, China, Índia, entre outros. Sempre tive um grupo de amizades de culturas diferentes”, explica.

Adaptação a novas culturas

Melina conta que, no início, ao entrar em uma nova cultura, sentia dificuldades, o que ela chama de “curva de adaptação”.

“Essa curva vai ficando cada vez mais curta à medida que a gente vai morando em mais e mais países. Acho importante, quando você está morando num outro país, fazer amizade com pessoas do lugar. Aqui no Brasil, praticamente não tenho amigos que não sejam brasileiros”, garante.

Sobre as dificuldades de adaptação a uma nova cultura, a profissional conta que na adolescência, quando morou pela primeira vez no Brasil vindo dos Estados Unidos, os brasileiros não assimilavam algumas piadas, com tom sarcástico.

Ao conhecer uma cultura, é legal tentar se colocar dentro do contexto. Quando há um grande grupo de gente, é importante escutar, entender melhor, ouvir a música que as pessoas estão ouvindo no momento e as músicas antigas”, afirma.

A diversidade cultural é fundamental na Alelo.

“Fazemos parte de uma comunidade, então cada um é representado de alguma forma. O mais importante de tudo isso é o dia a dia, né? Ver como que a diversidade faz parte dos times, como que as pessoas diferentes trazem conteúdos diferentes e como isso pode aportar em informações e conhecimentos diferentes”, ressalta.

A Gerente de Produtos diz já ter sofrido dificuldades em outras empresas que trabalhou, principalmente com pessoas que diminuíam o seu valor por causa de questões como o sotaque, mesmo ela utilizando as palavras da língua portuguesa para se comunicar. “E nunca aconteceu uma situação assim dentro da Alelo”, diz.

“Mesmo com o fato de Argentina e Brasil terem algum tipo de rivalidade, nunca senti, nem com meus colegas e nem com ninguém, que isso impactou de algum modo. E também em todos os tipos de diversidade, a Alelo é muito forte e traz muito conteúdo. Para quem não sabe como se comportar, acho que a cultura traz muito conhecimento orgânico em relação a isso”, explica Melina.

E não precisa ir tão longe para que o choque cultural seja grande. No caso da Erika Alves Costa da Cruz, Analista de Gente da Alelo, a mudança foi da Bahia para São Paulo.

Erika conta que quando se mudou para em 2006, sentiu o choque cultural principalmente nos costumes, na culinária e na logística para se deslocar para qualquer lugar. 

Erika Alves Costa da Cruz, Analista de Gente da Alelo

Contudo, estar em uma empresa que valoriza um ambiente multicultural, ameniza a saudade de casa. “Temos muitos ganhos em trabalhar em uma empresa assim, que nos traz oportunidade de trocar experiências entre diferentes aspectos e entendo que diferentes visões cobrem muito mais ângulos e geram mais oportunidades. Apostar em um ambiente plural é promover um ambiente de trabalho mais saudável. Quando existe diversidade, isso garante maior criatividade e poder de inovação.” Acrescenta.

Para a Melina, empresas que não contam com programas de inclusão e diversidade têm dificuldades em lidar com os variados tipos de público e precisam agir imediatamente nesse sentido. 

“Mesmo que você atenda um nicho específico, com certeza dentro desse nicho vão ter pontos de vistas diferentes. E o fato de ter esses valores entre seus colaboradores já ajuda a oferecer produtos e serviços que atendam essa diversidade de consumidores”, finaliza.

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