Employee Experience, que por aqui também pode ser chamado de “Experiência do Colaborador”, é mais um termo importado que vem para sugerir melhorias no dia a dia da empresa.

Em um contexto mercadológico cada vez mais influenciado por tendências globais, é comum nos depararmos com estrangeirismos que fazem referência a novas práticas ou que propõem um novo olhar para hábitos antigos.

E, assim como há alguns anos, a pauta de Costumer Experienceganhou destaque no mundo do trabalho ao falar sobre a importância de prestar um atendimento humanizado alinhado a uma experiência personalizada e centrada no cliente, para garantir bons números de NPS, o Employee Experience segue o mesmo roteiro, mas dessa vez, focando na experiência dos profissionais que compõem as empresas.

Bora entender melhor sobre isso?

O que é Employee Experience?

A experiência do colaborador tem ganhado cada vez mais destaque como um fator essencial para o sucesso das empresas.

Em um cenário cada vez mais competitivo, proporcionar uma experiência positiva e envolvente aos profissionais pode ser o diferencial que sua organização precisa.

Afinal, quanto melhor eles se sentirem em relação ao ambiente de trabalho, maior o engajamento com as metas e objetivos da empresa e menor a taxa de pedidos de demissão ou problemas de produtividade por insatisfação com o empregador.

Segundo o relatório anual Global Human Capital Trends, produzido pela Deloitte, 84% dos entrevistados concordam que as preocupações relacionadas à Experiência do Colaborador, ou EX na forma abreviada, são importantes para o sucesso da empresa.

Em contrapartida, as percepções em relação a ações da empresa para colaborar com uma experiência de trabalho mais positiva são mistas, 53% dos respondentes da pesquisa concordam que as organizações em que trabalham são eficazes ou muito eficazes em criar um trabalho significativo e com propósito claro, mas apenas 45% enxergam as lideranças como eficazes ou muito eficazes em fornecer uma gestão de apoio.

Esses dados revelam uma lacuna importante na discussão sobre Employee Experience, que pode ser utilizada como oportunidade por organizações que queiram se destacar.

Mas afinal quais aspectos são considerados no EX?

A experiência do colaborador abrange todas as interações que um funcionário tem com a empresa, desde o recrutamento até o desligamento.

Vários aspectos são considerados para garantir uma jornada positiva e envolvente para os colaboradores. Entre os principais, destacam-se:

Cultura organizacional

A cultura organizacional é a base de como a empresa funciona e interage. Ela reflete os valores, crenças, comportamentos promovidos internamente e guiam as decisões diárias.

Fomentar uma cultura positiva incentiva a colaboração, inovação e a satisfação dos colaboradores.

Elementos como ética, diversidade, inclusão e transparência são elementos importantes nesse contexto e capazes de indicar se a empresa olha para todos os profissionais com equidade ou valoriza alguns em detrimento a outros.

Além de também ser um indicador do quão a organização está alinhada às práticas do mercado e ao comprometimento social de ser um ambiente múltiplo.

Ambiente físico

O local de trabalho deve ser projetado para promover conforto, produtividade e bem-estar. Isso inclui aspectos como iluminação, temperatura, ergonomia, áreas colaborativas e de descanso.

Um ambiente de trabalho que oferece conforto físico e promove a saúde mental, seja a partir da organização visual ou de alternativas que auxiliem os profissionais a desacelerarem, como áreas de descanso e convivência, pode aumentar significativamente a satisfação e o desempenho dos funcionários.

A facilidade de acesso à empresa também é outro fator relacionado ao ambiente físico que pode colaborar com o desempenho dos profissionais, afinal empresas muito afastadas ou em regiões congestionadas costumam receber os profissionais com um nível de estresse mais elevado.

Tecnologia

Garantir o acesso a tecnologias adequadas à prática profissional, com dispositivos que tenham as configurações adequadas para cada trabalho, é um detalhe indispensável na hora de oferecer ao colaborador uma experiência de trabalho fluida.

Ferramentas desatualizadas ou difíceis de manipular podem ser fontes de frustração e baixa produtividade.

A tecnologia também inclui sistemas de comunicação interna e plataformas que apoiem o trabalho remoto ou híbrido.

Gestão e liderança

A qualidade da gestão tem impacto direto na experiência do colaborador. Uma liderança que apoia, escuta, oferece feedback construtivo, compartilha experiências e permite o crescimento dos funcionários é fundamental.

Gestores que praticam uma liderança mais apoiadora e promovem um ambiente de confiança são capazes de criar equipes mais engajadas, satisfeitas e preparadas para suceder seus líderes.

Crescimento e desenvolvimento profissional

Oportunidades de aprendizado, desenvolvimento e progressão na carreira são altamente valorizadas pelos colaboradores.

Isso pode incluir treinamentos formais, programas de coaching, mentorias e até projetos desafiadores que ofereçam oportunidades de desenvolvimento.

Funcionários que sentem que estão progredindo em suas carreiras tendem a ser mais engajados e leais, especialmente se a empresa contribuir para isso e se mostrar preocupada com a evolução de seus colaboradores e os auxiliar durante o processo de especialização e profissionalização.

Remuneração e benefícios

Além de um salário competitivo, benefícios como: plano de saúde, seguro de vida, auxílio-alimentação, auxílio-educação e bônus são fundamentais para atrair e reter talentos.

Porém não é só o valor financeiro que importa, mas também a percepção do quão justo esses valores são e se eles estão alinhados às necessidades dos colaboradores.

Programas de bem-estar, academias, apoio psicológico, creche para filhos pequenos e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho também são cada vez mais valorizados.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Com o aumento de empresas que utilizam o modelo de trabalho remoto ou híbrido e das jornadas flexíveis, promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal é essencial para o bem-estar dos colaboradores, mesmo que o home office não funcione para a realidade do seu negócio.

Isso inclui não apenas flexibilidade no horário, principalmente para profissionais com filhos ou que são cuidadores primários de outra pessoa, mas também o respeitar o tempo livre dos funcionários, não cobrar horas extras além do estritamente necessário e fomentar políticas que incentivem o descanso adequado.

Reconhecimento e valorização

Todos os colaboradores gostam de ser reconhecidos por seus esforços e conquistas.

Programas formais de reconhecimento, como bônus por desempenho ou premiações, são importantes, mas o reconhecimento informal, como elogios, feedbacks positivos e agradecimentos regulares também fazem a diferença.

Um ambiente onde os colaboradores se sentem valorizados tende a ser mais produtivo e colaborativo.

Impacto social

Tão importante quanto os aspectos intrínsecos à rotina de trabalho dos colaboradores, o impacto que a empresa possui perante a sociedade em que está inserida também pode influenciar como os profissionais experienciam seus trabalhos.

Durante seu painel no CONARH, a Diretora de Recursos Humanos, Relações Públicas, Comunicação e Sustentabilidade na Equatorial Coca-Cola, Danila Ferreira, compartilhou um exemplo de como a empresa se tornou uma das marcas empregadores referência em Employee Experience de Cabo Verde.

Ela também salientou que além da preocupação com o impacto na vida dos colaboradores, a Equatorial Coca-Cola levou, pela primeira vez na história do país, um programa comunitário voltado para a população de Cabo Verde.

“O programa tem o objetivo de atender e prestar auxílio psicológico e aproximar a empresa da comunidade, além de gerar valor para a marca empregadora. Atualmente, mais de 2 mil pessoas são atendidas por profissionais e programas de atividades e lazer.”

Segundo Danila, ao investir em programas que impactam positivamente a comunidade, a empresa não só melhora a percepção dos colaboradores sobre seu trabalho, mas também fortalece a conexão entre os profissionais e os valores da companhia.

Essa abordagem integrada, que alinha o cuidado com as pessoas e o compromisso social, é uma estratégia eficaz para engajar e reter talentos, criando uma marca empregadora sólida e respeitada na região em que atua.

O que as pesquisas indicam?

Segundo dados coletados pela IBM, organizações que priorizam a experiência do funcionário experimentarão um retorno sobre o investimento de maior valor em seus colaboradores.

Além disso, existe uma correlação entre o Employee Experience e o desempenho das empresas!

Conforme demonstrou uma pesquisa realizada pela McKinsey, profissionais que relataram ter uma experiência positiva com seus trabalhos apresentaram 16x mais envolvimento com assuntos relacionados à corporação e 8x menos chances de buscar oportunidades em outras empresas que aqueles com uma experiência negativa.

Employee Experience: a chave para o sucesso organizacional

Como as empresas trabalham o Employee Experience?

Segundo o relatório anual “State of the Global Workplace”, feito pela consultoria norte-americana Gallup, que avalia como os trabalhadores se sentem em relação às suas atividades profissionais diárias, dentre as ações promovidas pelas empresas que mais influenciam o engajamento estão as iniciativas de desenvolvimento profissional.

Para entender melhor sobre o impacto das experiências de aprendizado no engajamento dos profissionais e, consequentemente, na experiência interna, conversamos com o Gerente de Desenvolvimento de Talentos e Aprendizagem para América Latina da KPMG, Alejandro Ramirez Mayorga, que pontuou:

“Iniciativas de Treinamento e Desenvolvimento são extremamente importantes. Desde o começo da carreira do profissional na empresa, o acesso à aprendizagem começa a ter um impacto gigante no engajamento e na experiência de trabalho. Várias coisas podem faltar no começo: talvez entreguem seu notebook uma semana tarde, esqueçam o crachá, ou não ofereçam um processo de onboarding muito estruturado, mas não há nada mais frustrante do que não saber como fazer seu trabalho. Toda empresa é distinta, mas tanto o engenheiro na fábrica quanto o auditor no cliente precisam entender os processos da empresa, metodologias para poder fazer o trabalho, como funcionam as ferramentas, podemos entender esse início como uma primeira etapa de desenvolvimento.”

Ele ainda salienta, “com o tempo, a necessidade de aprender muda, mas se mantém sempre presente durante a jornada do colaborador”.

Alejandro explicou que, muitas vezes, uma pessoa de alto potencial valoriza mais se a empresa paga um curso que possibilite a continuidade de seu desenvolvimento, aulas de inglês ou até um treinamento em outro país, que um aumento de salário.

Para ele, “dinheiro não é bem uma forma de engajar as pessoas, mas de comprá-las, já aprendizagem, desenvolvimento e acesso a diferentes experiências são aspectos mais valiosos, porque se tornam, além de inesquecíveis, algo de valor que nunca poderá ser tomado delas.

“Iniciativas de T&D melhoram a jornada profissional, fortalecem a marca empregadora e mantém a equipe mais alinhada em um objetivo comum.”

Como melhorar a experiência dos colaboradores, na prática?

Conforme explicado pelo Vice-presidente de Pessoas da Vivo, Fernando Luciano, ter uma cultura forte e bem-definida é um dos principais elementos que influenciam o Employee Experience.

“Ao definir norteadores, conseguimos trabalhar em prol de uma filosofia, visão e objetivo. Na Vivo, esses norteadores são curiosidade viva, atitude transformadora, conexão humana e ação responsável (sobre respeito, diversidade, responsabilidade sobre o nosso trabalho e nossas ações e sempre buscar impacto positivo em tudo que fazemos). Chamamos tudo isso de ‘paixão púrpura’”.

Ele ainda explica que na Vivo, eles têm métricas para medir o quanto a aplicabilidade da cultura está sendo efetiva e seguida por todos, porque ela possui impacto direto em como a experiência profissional será durante o período de contribuição na empresa.

Fernando Luciano, Vice-presidente de Pessoas da Vivo – Crédito: Divulgação/Vivo

“Nossos pilares só podem ser atingidos a partir de uma cultura colaborativa. O que fizemos foi trabalhar na definição que queremos praticar, porque a cultura em si já está feita”, Fernando esclarece.

Mas esses norteadores também podem ser aplicados em empresas menores, para melhorar a experiência dos colaboradores?

A resposta é sim, porque o Employee Experience independe do tamanho das organizações, ele está mais relacionado com a preocupação dos empregadores em oferecer a melhor experiência possível para os seus profissionais. Por isso, algumas iniciativas podem ser consideradas chave para o EX, como:

  • Investir em uma comunicação transparente e acessível: colaboradores que se sentem informados e ouvidos têm maior sensação de pertencimento.
  • Ter abertura para receber feedbacks: compartilhar pensamentos e necessidades de melhoria ou aprimoramento não deve acontecer horizontalmente, e para uma experiência de trabalho melhor, é necessário ouvir os funcionários e considerar suas queixas e sugestões.
  • Criar um ambiente inclusivo e de crescimento: oportunidades de desenvolvimento e reconhecimento são essenciais para manter a equipe motivada e com vontade de pertencer à empresa.
  • Oferecer ferramentas adequadas: investir em tecnologias mais atualizadas que facilitem o trabalho diário é uma forma de mostrar cuidado com o bem-estar dos colaboradores.
  • Estabelecer uma cultura colaborativa: o bom relacionamento entre a liderança e todos da equipe é essencial para garantir que a experiência de trabalho seja menos estressante e mais colaborativa, por isso fomentar o trabalho em grupo e o apoio são alternativas que podem auxiliar no fortalecimento e harmonia das interações.

Dica bônus para aprimorar a experiência do colaborador

Conforme citamos anteriormente, oferecer benefícios competitivos e alinhados ao mercado é um dos itens-chave quando falamos sobre a experiência do colaborador e, usando o cartão de benefício flexível sua empresa pode oferecer muito mais vantagens.

Afinal, com benefícios atrativos, seu RH pode fortalecer o Employee Experience, aumentar a satisfação e o engajamento interno e reduzir a taxa de turnover.

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