Quem fica parado, não sai do lugar. Essa frase faz referência a muitos aspectos na vida, mas também pode ser aplicada no mundo dos negócios, principalmente quando falamos em gerenciamento do estoque.
Armazenar produtos tem um custo significativo para empresas de todos os ramos. Quanto mais tempo o estoque ficar parado, maior será o gasto para mantê-lo. Por outro lado, se o abastecimento não for realizado da maneira correta, pode haver o risco de faltar mercadorias.
Uma pesquisa da H2R Pesquisas Avançadas revelou no início de 2023 que 92% dos varejistas brasileiros possuem um setor voltado para a gestão de armazenagem, devido à importância estratégica dessa área.
Quer saber como encontrar o ponto de equilíbrio e não ficar no prejuízo? Então bora conferir o texto que preparamos pra te ajudar!
Quanto custa um estoque parado?
A resposta é: depende. Isso se deve ao fato de cada ramo ter as suas próprias particularidades. Por exemplo, no caso dos restaurantes, pode haver o risco de alimentos perecíveis se deteriorarem e serem descartados.
Além do alto risco caso não haja o consumo esperado, há também o custo de eletricidade, já que muitos alimentos precisam ser mantidos em freezers que ficam ligados 24 horas por dia.
O cálculo do custo de estoque parado envolve outros diversos fatores. Confira alguns dos principais componentes:
Custo de oportunidade
Ele representa o valor que a empresa deixa de ganhar por manter o capital preso na manutenção do estoque ao invés de investir em uma área mais rentável.
Custo de armazenagem
Ele envolve tudo que está relacionado ao armazenamento de produtos, como: aluguel, despesas de segurança, água, energia elétrica, manutenção e colaboradores envolvidos.
Custo de obsolescência
Como vimos, alguns produtos podem se tornar obsoletos se ficarem muito tempo no estoque. Esse custo reflete a depreciação ou perda de valor do produto. Ele pode ser calculado a partir da multiplicação do valor de estoque parado pela taxa de depreciação.
Custo financeiro
Se a empresa possui empréstimos ou capital de giro vinculado ao estoque, o custo financeiro se refere aos juros pagos sobre este capital. Se não houver empréstimos, este custo pode ser considerado como parte do custo de oportunidade.
Aplicando o cálculo
Uma das principais maneiras de calcular o custo do estoque parado é através da seguinte fórmula:
CTEP = COp + CA+ COb + CF
Sendo que:
CTEP: custo total do estoque parado
COp: custo de oportunidade
CA: custo de armazenagem
COb: custo de obsolescência
CF: custo financeiro
Imagine agora a seguinte situação:
Uma empresa tem R$ 100 mil em estoque parado. Ela poderia investir esse dinheiro e ter uma taxa de retorno de 8% ao ano. Os custos anuais de armazenagem são de R$ 12 mil. Se o estoque se deprecia em 15% ao ano e a empresa tem uma taxa de juros de 5% sobre o capital de giro, temos:
Custo de oportunidade = R$ 100.000 × 8% = R$ 8.000
Custo de armazenagem = R$ 12.000 (assumindo que o estoque ocupado representa toda a capacidade)
Custo de obsolescência = R$ 100.000 × 15% = R$ 15.000
Custo financeiro = R$ 100.000 × 5% = R$ 5.000
Aplicando a fórmula do custo total de estoque parado temos:
CTEP = 8.000 + 12.000 + 15.000 + 5.000
Neste exemplo, o custo anual para manter todo esse estoque parado seria de R$ 40 mil.
Como reduzir o custo do estoque
Os principais motivos das empresas terem estoques parados é o mau planejamento de compras, controle ineficaz da entrada e saída de produtos e falta de estudo sobre a demanda do estabelecimento.
Por isso, é muito importante fazer um gerenciamento que conte com estratégias para evitar esses prejuízos e ter uma empresa financeiramente saudável. Aqui vão algumas dicas!
Planejamento
Não há como evitar, o planejamento é a chave para ter um estoque eficaz. Isso envolve analisar a demanda atual do estabelecimento e identificar os produtos de maior importância, envolvendo os desafios para armazenar cada um deles.
Com uma previsão adequada, o empreendedor evita comprar grandes quantidades e, consequentemente, reduz as despesas de armazenamento.
Estabeleça níveis para o estoque
Uma estratégia que facilita a gestão do estoque é estabelecer níveis para ele. Por exemplo, o nível mínimo é o que deve ser mantido para evitar desabastecimento. Já o de segurança serve para cobrir demandas extras, principalmente em períodos de alta sazonalidade.
Adote o Just-in-Time (JIT)
No sistema Just-in-Time, o estabelecimento compra e recebe produtos somente quando necessário, eliminando a necessidade de manter grandes estoques e reduzindo os custos de armazenagem.
No entanto, o empreendedor precisa saber o exato momento de fazer o pedido e considerar o tempo de entrega, para não correr o risco de ficar sem mercadorias.
Organização
Usar o espaço do estoque de forma eficiente também contribui para a redução de despesas. Organize as prateleiras e caixas de forma lógica para maximizar o espaço disponível.
É fundamental ter o inventário também organizado e atualizado, tendo maior controle sobre os produtos que estão saindo e os que estão entrando.
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