Escolher uma frota própria ou terceirizada tem mais a ver com a capacidade financeira do negócio para investir no ativo (veículos) e no quadro de funcionários. “Também é preciso considerar a demanda de entregas, localização e tempo esperado das mesmas – período estimado entre o momento do pedido e a hora que o produto chega na casa do cliente”, afirma Priscila Miguel, coordenadora FGV-Celog e do mestrado profissional em Gestão para Competitividade com ênfase em Gestão de Supply Chain (cadeia de suprimentos), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Dispor de carros próprios para fazer entregas traz benefícios como a disponibilidade imediata de transporte, maior controle sobre o mesmo, agilidade e independência na tomada de decisão. A garantia de manutenção dos veículos, o gerenciamento e a capacitação dos funcionários – que muitas vezes acabam atuando como representantes nas entregas – também são itens positivos da frota própria, que influenciam diretamente na qualidade e na satisfação do cliente.
“Em contrapartida, essa opção exige um custo inicial para a compra de diversos ativos, que pode descapitalizar a empresa, dependendo do seu porte”, avalia Luciano Mazzali, sócio diretor da Level Group, que desenvolve soluções para otimização do supply chain. Outra despesa a se levar em conta é com a contratação e o treinamento dos motoristas, além de aspectos como licenças, multas, seguros e impostos dos carros – os quais necessitam de um espaço para serem alocados.
“No caso da frota própria, quanto mais ela estiver ocupada, ou seja, mais rodar, menor é o custo do ‘km’ rodado, uma vez que os custos fixos são diluídos em maior escala”, ressalta Mazzalli. Ele recorda que uma situação, durante a greve nacional dos caminhoneiros, em 2018, em que empresas com veículos próprios foram menos impactadas em suas entregas, por serem elas mesmas responsáveis pelo processo operacional.
Segundo a coordenadora da FGV, pequenas empresas com recursos limitados tendem a decidir pela terceirização. “O compartilhamento de frota com outras empresas é uma maneira de diluir custos fixos, porém, há um risco inerente à terceirização, tanto em termos de corresponsabilidade, quanto de qualidade no atendimento”, explica Priscila.
Essa escolha também é melhor quando há variações de volume. “Na Black Friday, por exemplo, a frota terceirizada garante atendimento da demanda maior. Já quando o movimento cai, o carro não fica ocioso. Assim, o custo do frete é variável e previsível”, relata a coordenadora da FGV.
Gastos com depreciação e manutenção de veículos, assim como com a gestão de funcionários tampouco cabem a quem terceiriza. Ainda, outra vantagem está na capacidade de entregas regionais ou em localizações mais distantes, que pode ser feita por quem já atua na área desejada. Mazzali explica que algumas empresas possuem um modelo híbrido, que usa carros próprios em entregas próximas e faz um acordo com transportadora para serviços mais distantes.
Para evitar transtornos nas operações por terceiros, a empresa tem de ter contratos bem elaborados e um planejamento das atividades, que garanta a disponibilidade do transporte para o serviço. “Será preciso um bom sistema de gestão de acompanhamento de contratos e indicadores de desempenho que permitam a confiabilidade do prestador de serviço”, diz a coordenadora da FGV.
Produtos perecíveis ou com controle de temperatura pedem um transporte refrigerado, que assegure sua qualidade até o fim. Da mesma forma, objetos de alto valor agregado precisam de escolta, o que aumentará o custo do transporte – e isso deve ser observado ao terceirizar.
Ainda, é importante predefinir prazos de entrega e possíveis mudanças nas quantidades acertadas – se estava previsto, por exemplo, um volume de 100 entregas por mês, o operador pode se recusar a aumentar para 200. Assumir a responsabilidade do serviço, mesmo que terceirizado, também é essencial. “A empresa tem que garantir a entrega do pedido até que ele seja recebido pelo cliente. Não basta informar ao mesmo que o produto já foi entregue para a transportadora e não acompanhar a operação”, destaca a coordenadora da FGV.
Se você está em processo de escolha de sua frota, leia também nosso post sobre o papel do gestor de frota e mais dicas de como escolher frota de sua empresa.
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