Na última semana, especialistas em gestão de frota do mundo todo, incluindo profissionais da Alelo e do Instituto Parar, participaram do evento da NAFA, maior associação de gestores de frotas do mundo, realizado nos Estados Unidos. Mais de 700 participantes estiveram em 40 sessões para discutir as tendências para o setor.

Haverá mais mudança no setor automobilístico nos próximos 20 anos do que aconteceu nos últimos 30 ou 40. Por isso, os gestores devem considerar mudar de TCO (Custo total de propriedade) para TCM (Custo total de mobilidade). Mude antes que você seja obrigado a mudar.

Durante o evento, os destaques ficaram por conta de estratégias para reduzir custos da frota com ajuda de big data e inteligência artificial. Além disso, a discussão sobre o papel dos veículos na nova era da mobilidade também foi um assunto amplamente discutido.

Segundo os palestrantes do evento, que incluem representantes de montadoras de veículos, os carros do futuro serão conectados, autônomos, compartilhados e elétricos. Ed Peper, vice-presidente da General Motors Fleet, foi um dos executivos que defendeu essas tendências. Segundo ele, a montadora tem buscado atuar em quase todas essas frentes, com produtos como Maven, um modelo de carro compartilhado que está em operação em 16 cidades.

Peper afirmou ainda que mais do que a mudança de comportamento dos consumidores, a evolução dos veículos impacta na gestão das frotas. Segundo ele, haverá um fluxo cada vez maior de informações e os gestores de frotas precisam estar atentos a todas as tendências. “Haverá mais mudança no setor automobilístico nos próximos 20 anos do que aconteceu nos últimos 30 ou 40. Por isso, os gestores devem considerar mudar de TCO (Custo total de propriedade) para TCM (Custo total de mobilidade). Mude antes que você seja obrigado a mudar”, disse.

Para Dave Depew, gerente geral de vendas de frota da Toyota, a receita dos provedores de mobilidade passará de US$ 30 bilhões em 2017 para US$ 250 bilhões em 2022 e para US$ 1 trilhão em 2030. Grande parte disso será direcionado para a área de dados. “A questão não é apenas sobre ter muitos dados, mas sobre ter os dados certos nas mãos da pessoa certa e no momento certo”, afirmou.

Enquanto olham para o futuro, as montadoras representadas na NAFA já apresentam as primeiras soluções para atender às novas demandas de mobilidade. A Toyota estima que venderá 1 milhão de veículos que não geram emissões em 2030 e a GM terá 20 modelos de veículos elétricos e híbridos disponíveis em 2023 — além disso, a empresa também está desenvolvendo veículos movidos a hidrogênio que já estão em teste com o exército americano.

Foi consenso entre os participantes do evento que a combustão ainda será importante por um bom tempo, mas as restrições ambientais forçam para que haja uma evolução acelerada nesse sentido. Por isso, os carros elétricos ganham força e terão ainda mais destaque quando forem capazes de realizar tudo o que um carro movido a combustão faz, por exemplo ter a recarga de uma bateria em uma velocidade parecida com a de se abastecer um tanque.

Além disso, os especialistas defenderam que o TCO dos dois tipos de veículos também precisará ser parecido para que os elétricos sejam adotados em massa nas frotas. Para isso, incentivos fiscais e tecnologia precisam ganhar fôlego.

Como reduzir custos

Enquanto as tendências de mobilidade avançam e começam a ganhar contornos de realidade, as possibilidades para reduzir os custos da gestão da frota também ganharam destaque durante o evento. Segundo palestrantes da NAFA, as possibilidades de redução do TCO (Custo total de propriedade) passam pelo rightsizing e controle da depreciação.

Foi consenso que os maiores custos nas frotas estão em depreciação, combustível, manutenção, gestão de ativos e acidentes. Entre as dicas está: prestar atenção na questão da depreciação, uma vez que este é um custo com possibilidade de controle que pode render estratégias melhores de compra e venda. Um dos conselhos é de não customizar muito a frota para não penalizar as possibilidades de revenda. Além disso, é preciso ter atenção à taxa de utilização, afinal um veículo parado está depreciando.

Os palestrantes também destacaram a questão do comportamento dos condutores. O TCO muda de motorista a motorista. Um condutor gasta 40% mais gasolina ao dirigir agressivamente na cidade (30% mais na estrada) e também gera custos maiores de manutenção. Por isso, trabalhar no comportamento dos condutores é uma ótima opção para reduzir custos.

A manutenção preventiva também entrou na lista como possibilidade de redução de custos. A dica dos palestrantes é para não antecipar muito os ciclos de manutenção, exceto quando necessário. Além disso, é importante ressaltar que a redução de custos acontece melhor com o uso de parcerias de fornecedores e empresas.

Os participantes da NAFA também discutiram o uso de aplicativos para uma gestão de frota mais tecnológica e eficiente, com investimento inicial baixo. Há inúmeras frentes possíveis de serem trabalhadas como ajuda na inspeção de veículos, substituição de formulários de papel, compartilhamento de veículos, dados sobre condutores e veículos e até funções mais elaboradas como disparo de tarefas automaticamente de acordo com os dados lançados no aplicativo.

Com essas tecnologias disponíveis, inclusive no Brasil com produtos da Alelo, por exemplo, os gestores já podem acessar os dashboards de longe, de fora do escritório, e ter acesso aos KPIs em tempo real. E você, já é um gestor de frota que usa a tecnologia como aliada e está atento às mudanças da mobilidade? Compartilhe sua experiência com a gente.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.