No Brasil, as empresas gastam uma média de R$ 788 por ano em treinamento para cada funcionário. O dado da Associação Brasileira de Treinamento revela uma alta de 21% do valor em 2018, mas chama atenção para um cenário que pode ser preocupante. Comparado a países desenvolvidos, como Estados Unidos, ainda investimos pouco em capacitação. Por lá, a média convertida em Reais é de R$ 4.600 por funcionário anualmente. Por isso, com recurso limitado por conta da crise econômica, fica ainda mais importante decidir bem onde o dinheiro será investido na hora dos treinamentos. Nossa ideia é te ajudar com isso!

Em conversas com especialistas de mercado, descobrimos quais são as áreas mais procuradas na hora de treinar as equipes. Mais do que competências técnicas de acordo com cada função, três frentes têm dominado o interesse de grandes empresas na hora de treinar seus funcionários: as chamadas habilidades de primeira camada — como oratória, construção do perfil de liderança e inteligência emocional —  o processo de digitalização dos negócios e o incentivo à inovação.

Nesse cenário, os tradicionais treinamentos internos com palestras e apresentações motivadoras dão espaço para escolas de inovação como Conquer, Tera, Digital House e LAIOB. A meta é suprir a necessidade de capacitar e engajar de forma prática, direcionada e rápida.

Em comum, todas as escolas atendem alunos particulares em busca de capacitação e também empresas que querem formatar treinamentos de acordo com suas necessidades.

Inteligência emocional

Segundo uma pesquisa da TalentSmart, 58% do desempenho no trabalho está ligado a inteligência emocional. Por isso, esse é um dos aspectos mais buscados por empresas que contratam os serviços da Conquer, que tem nove unidades, inclusive em São Paulo.

Hendel Favarin, um dos sócios da Conquer, afirma que recebe muita demanda de empresas preocupadas em capacitar seus funcionários e ensinar sobre aspectos de uma boa liderança, como lidar com pressão e falar em público, por exemplo. “Essas habilidades não são incentivadas no ensino tradicional, mas são competências fundamentais para o trabalho”, diz.

Na prática, a escola ensina a falar em público, em aprimorar discurso para reuniões, ajuda na formação de lideranças, além de trabalhar a questão da inteligência emocional.

Os cursos da escola têm duração média de seis semanas e não há testes ou provas — são propostos desafios relacionados ao negócio para incentivar a prática. Cerca de 90% dos professores são nomes do mercado, com experiências reais e muita prática para compartilhar.

Mundo digital

Além do desenvolvimento de competências de primeira camada, o processo de digitalização é uma das tendências mais fortes que requer capacitação urgente de mão-de-obra. Segundo Lucas Silveira, Diretor de Negócios da Digital House, escola que forma profissionais de alta performance para o mercado digital, não são só as empresas da área de tecnologia que precisam aprimorar o processo digital. “Pelo contrário, essa transformação é urgente para todos os setores. Não é à toa que em um ano treinamos 1.500 colaboradores de 40 empresas dos mais variados setores”, diz.

Os cursos mais procurados por lá envolvem cultura digital, inovação, metodologias ágeis, gestão de dados e experiência do usuário. A duração média varia de acordo com a formação desejada, mas para o público corporativo é de até dois meses. Os treinamentos para as companhias já respondem por 40% do faturamento da escola.

Na Tera, escola com sede em São Paulo, a principal ideia é ser uma das soluções  para a crise de talentos e empregos na economia digital diminuindo o gap de formação tradicional. Segundo Leandro Herrera, fundador e CEO da Tera, a escola tem o papel de ajudar as empresas a identificarem o que é melhor para a organização. “Entendemos as oportunidades e dores de cada cliente, construímos a solução mais adequada: seja o desenvolvimento de talentos digitais ou nos tornando um parceiro de longo prazo no processo de transformação digital da empresa”, afirma.

A expectativa é que até o fim deste ano cerca de 3.000 pessoas sejam treinadas pela Tera. O curso mais procurado na Tera é o de Digital Product Leadership. “É uma jornada que sintetiza toda a trajetória de construção e gerenciamento de um produto digital: do processo de descoberta, validação do produto e crescimento”, diz Leandro.

Inovação

Para as empresas que buscam ser mais inovadoras, o Grupo LAIOB – Latin America Institute of Business pode ser uma boa forma de ajudar nos treinamentos. Desde 2014 a instituição leva profissionais brasileiros para conhecer os principais centros de inovação do mundo. Segundo Andre Fauri, CEO do LAIOB, os destinos mais requisitados atualmente são o Vale do Silício, nos Estados Unidos, e Israel.

“Fazemos uma semana de imersão em empresas como Google, Tesla e LinkedIn, e universidades como Stanford e Berkeley. Acreditamos que isso faz com que o profissional conheça a fundo todo o ecossistema de inovação e volte motivado para compartilhar”, diz André.

Elencar pessoas-chave das equipes para ir além dos treinamentos tradicionais pode ser uma boa forma de cascatear o conhecimento e segurar o orçamento. Eleger multiplicadores é uma das saídas apontadas pelos especialistas para motivar a equipe e também trazer novos aspectos para o dia a dia.

E na sua empresa, como estão os treinamentos?

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