Neste post você conhecerá o relato da Camila Regina Leme, Analista de Produtos na Alelo, que neste Setembro Verde compartilha conosco sua história de vida, além de um recado para você, leitor. Vamos lá?
“Meu nome é Camila, tenho 32 anos, trabalho na área de Produtos da Alelo e minha história de vida começou antes mesmo de eu chegar ao mundo rs.
Durante a gravidez, minha mãe pegou uma doença chamada toxoplasmose. Quando contraída durante a gestação, oferece inúmeros riscos ao bebê.
Desde aquele momento do diagnóstico, já foi dado o start para a luta pela minha vida, pois até o médico orientou minha mãe a abortar devido ao grande risco existente sobre como eu nasceria.
Eu poderia inclusive não nascer, mas minha mãe resolveu seguir com a gravidez e eu sou imensamente grata a ela por isso!
Eu costumo brincar dizendo a ela que eu vim ao mundo para fazer algo muito especial e impactante, tamanha a força que ela acreditou na minha vida desde o primeiro segundo.
E se você estiver curioso para saber como eu nasci, as minhas sequelas foram: 3 nódulos no cérebro (que não se desenvolveram) e perda total da visão esquerda.
Ou seja, sou portadora de visão monocular.
Até 2014, eu não tinha a mínima ideia de que eu poderia me candidatar às vagas PCD. Porém, desde então, boa parte da minha experiência profissional foi feita ocupando vagas de PCD nas empresas.
Já tive passagem por companhias de diferentes setores e já escutei muitas vezes aqueles elogios mascarados de preconceito.
Exemplo: “Nossa, você é um achado! Extremamente dedicada, inteligente.”, “Você nem parece deficiente”, “Eu falei para o RH que jamais acharia algum PCD que tivesse todas as competências que eu precisava para a vaga (inglês, espanhol, ensino superior completo) e veio você para pagar minha língua”.
O ponto que quero levantar é que toda vez que ouço algo similar, me faz refletir qual é o estereótipo de PCD que as pessoas geralmente têm em mente.
Já começa pela grande questão de nos estereotipar, afinal cada pessoa vive uma realidade completamente diferente sendo ela PCD ou não, mas fico pensando nas seguintes perguntas:
Será que nos acham preguiçosos?
Será que nos acham incapazes?
Será que não enxergam potencial de evolução na gente?
Sinceramente, hoje não permito mais que o olhar e opinião dos outros me paralisem ou façam me sentir diminuída.
Setembro Verde: informação no combate ao capacitismo
Assim como a Camila, muitas pessoas com deficiência sofrem com o capacitismo, especialmente no mercado de trabalho. Por isso, além das vagas para PcDs, é imprescindível que as empresas promovam ações de conscientização com todo o quadro de funcionários.
Afinal, é conhecendo e respeitando as necessidades do outro que é possível ter mais empatia e, consequentemente, tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e igualitário, com espaço para todos prosperarem. Isto inclui acessibilidade, ter e ser rede de apoio.
Aqui na Alelo, aconteceram diversas ações para o Setembro Verde, como o Café às Cegas, um encontro entre Alelovers, que foram convidados a tomar um café da manhã vendados. O objetivo foi experimentar as sensações e obstáculos que um deficiente visual pode enfrentar no seu dia a dia.
As dificuldades podem ir desde escolher a cafeteira correta para se servir, até a turistar em segurança nas férias.
Já pensou como um deficiente visual viaja e conhece o mundo? Infelizmente, a maioria dos pontos turísticos não está preparada com recursos de acessibilidade.
Por isso, aconteceu também a sessão Fotografias Táteis. A ideia foi trazer miniaturas de locais famosos, como a Torre Eiffel, ou do Coliseu, para que, vendadas, as pessoas pudessem tatear estas obras arquitetônicas e conhecê-las de uma forma diferente.
Na foto ao lado, Cesario Nakamura, CEO da Alelo, faz uma viagem tátil à Roma.
Vale tudo para criar um ambiente inclusivo e respeitoso. Por isso, neste Setembro Verde e sempre, adote campanhas internas para contribuir com esta pauta tão importante para a sociedade!