Atrair, engajar e reter talentos sempre foi um desafio para as empresas, especialmente as de pequeno e médio porte (PMEs). Afinal, como competir com as grandes corporações que oferecem pacotes de benefícios robustos e oportunidades aparentemente ilimitadas de crescimento? 

A resposta pode estar em estratégias que vão além do financeiro, focando na experiência do colaborador e em uma cultura organizacional forte e acolhedora.

O Estudo das 150 Melhores Empresa Para Trabalhar GPTW Brasil 2023 revelou que ter oportunidades de crescimento é o principal motivo para que os colaboradores (43%) continuem em seus trabalhos atuais. Outros 26% citaram qualidade de vida, 16% alinhamento de valores, 12% remuneração e benefícios e 2% estabilidade. 

Conversamos com especialistas e preparamos um texto com algumas estratégias para engajar a equipe e reter talentos. Bora descobrir como fazer isso?

Estratégias para engajar e reter talentos

É preciso adotar estratégias eficazes para engajar colaboradores desde o início da trajetória deles na empresa.

Fábio Ribas, Doutor em Administração e professor no Centro Universitário da Serra Gaúcha, diz que enquanto a palavra engajamento está mais atrelada à questão de tarefas e funções, o comprometimento está ligado ao compromisso e à questão afetiva.

Ele também concorda que um bom programa de socialização é uma excelente estratégia inicial. 

Contudo, Fábio ressalta que após a inserção do novo colaborador, é preciso trabalhar muito a questão da comunicação assertiva e também efetiva dentro da empresa.

“Use todas as ferramentas e canais de comunicação interna e o endomarketing para propagar aos funcionários a empresa, o que ele pode usufruir e quais os benefícios que ele tem”, conta.

Fábio completa dizendo que “quando tem o alinhamento entre aquilo que a empresa prega e os seus valores, a retenção, o engajamento, o comprometimento e o desempenho tendem a aumentar”.

Sinais de que algo não vai bem

Fábio Ribas diz que os primeiros sinais que o colaborador pode demonstrar é uma apatia em relação às suas tarefas e suas funções. Em pouco tempo entrega muitos atestados e tem muitas faltas, justificadas ou não.

Diogo complementa dizendo que “80% das demissões que as pessoas pedem é referente à liderança. Então o que vai fazer desengajar um colaborador é mais o líder do que a própria empresa. Muitas pessoas pedem demissão não da empresa, pedem demissão do líder”.

Reconhecimento e recompensa

Estratégias de reconhecimento e recompensa podem ser ajustadas para maximizar o engajamento e a satisfação dos colaboradores.

“Quando a gente fala sobre recompensas, sobre crescer, evoluir dentro da empresa, e até mesmo quando um colaborador vê outro crescendo, ele começa a entender que existe um plano de carreira e que a empresa investe na formação e desenvolvimento dele. Isso faz com que ele tenha mais engajamento”, conta Diogo.

Para alinhar melhor isso, é preciso entender o que o profissional está procurando. “Se ele quer um crescimento sobre cargos, um crescimento dentro da mesma área ou apenas um reconhecimento financeiro e não subir um cargo. O líder tem que saber o que aquele colaborador faz e para onde ele quer ir”, completa Fernandes.

“Pensando de maneira estratégica, o reconhecimento  precisa começar por critérios claros. Eu preciso enxergar que eu tenho a mesma oportunidade que o meu colega tem, que todos têm a mesma chance de usufruir e alcançá-la. Dependendo do perfil do meu colaborador, eu tenho que ter ambientes que favoreçam a autonomia e a flexibilidade. Aí sim eu vou conseguir maximizar esse engajamento e essa satisfação”, diz Fábio.

Dados e métricas 

Existem várias ferramentas que podem ser utilizadas. “Existe uma chamada Feedback 360, que é onde você vai ver a avaliação da opinião dos demais colaboradores sobre uma determinada pessoa. Também há o feedback coletivo sobre uma pessoa ou sobre a empresa e os valores. Então, todas essas ferramentas e métricas, se transformam em uma eficácia e assertividade maior na hora de reter, premiar ou engajar a sua equipe”, diz Diogo.

“Essas métricas são dados que você pode coletar por meio de feedbacks, de avaliações de desempenho, de pesquisa de clima, entre outras tantas fontes que você tem. Eu, particularmente, sei que é possível usar o People Analytics para poder fazer essa análise, mas existem outros softwares que você pode utilizar”, conta Fábio.

E ele continua: “O importante é que com esses dados, eu consigo prever ou antecipar comportamentos, prever e antecipar necessidades e expectativas dos colaboradores. Isso facilita para que o RH tenha facilidade na tomada de decisões estratégicas, principalmente na retenção de talentos”.

Dicas práticas de estratégias para engajar e reter talentos

Importância do feedback

O feedback é uma ferramenta importante para qualquer nível, seja ele operacional, tático ou estratégico, e para qualquer tipo de empresa, de qualquer segmento, explica Fábio.

“O feedback contínuo é realizado pela liderança. A avaliação de desempenho é uma ferramenta utilizada pela área de gestão de pessoas, mas o feedback é algo que pode ser aplicado até de maneira informal, pois é  fundamental para o engajamento e a retenção de talentos”, fala Fábio.

Diogo concorda que a importância do feedback é total. “Se você não tem métricas, não tem ferramentas que avaliam a performance e acaba deixando aquela pessoa livre. Muitas vezes ela não vai ter uma performance tão boa”.  Ele explica também que o líder não soube guiar o colaborador para um caminho correto, não soube avaliar o talento da pessoa para que ela chegasse no máximo. Isso está, novamente, atrelado totalmente à liderança fazer essa avaliação.

Papel da liderança

A liderança tem um papel fundamental na criação do ambiente, que vai promover engajamento, explica Fábio Ribas.

“Ela (liderança) é os olhos e os ouvidos que intermediam entre aquilo que o colaborador deseja e o que a empresa precisa oferecer. Um líder eficaz vai ouvir o subordinado, o colaborador e vai chegar à alta liderança para mostrar o que é preciso para promover o engajamento. O líder tem que estar atento aos pontos fortes, fracos e às necessidades do subordinado. Não estou dizendo aqui que ele tem que atender tudo, mas com certeza ele tem que estar de olhos abertos a tudo isso, para ter esse ambiente que está promovendo o engajamento”, diz.

Tecnologia e estratégias de engajamento

A inovação e a tecnologia, que se amarram intrinsecamente, são hoje essenciais na área de estratégias de RH, de gestão de pessoas, e consequentemente na área de engajamento e retenção, orienta Fábio.

“Hoje nós temos diversas ferramentas de recrutamento e seleção. O RH encurta o  processo, que antes era totalmente realizado por uma pessoa, e agora utiliza a tecnologia.

Eu vou recrutar e selecionar pessoas mais aptas para aquele cargo e que tenham mais chances de permanecer na empresa. Pessoas que têm valores pessoais mais alinhados com os meus valores organizacionais. Isso faz com que o meu índice de rotatividade também diminua”, diz.

Ele finaliza falando que existem diversos meios tecnológicos de inovação amarrados com a inteligência artificial que permeiam todos os subsistemas do RH, como : recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, remuneração, cargos, salários e assim por diante. “Saber utilizar bem essa inovação e essa tecnologia faz com que o RH tenha um resultado muito melhor.” 

Dicas para reter talentos

O Sebrae tem algumas práticas simples que podem ajudar a aumentar a retenção de talentos na sua empresa. Vamos ver?

  • Dê espaço para que seus colaboradores expressem suas ideias e opiniões, e leve em consideração o que eles têm a dizer.
  • Incentive o trabalho em equipe, criando um ambiente onde a cooperação prevaleça sobre a competição.
  • Invista em um espaço de trabalho agradável, com áreas de descanso e uma decoração que proporcione conforto e bem-estar.
  • Ofereça cursos e oportunidades contínuas de aprendizado, permitindo que sua equipe se aperfeiçoe constantemente.
  • Em vez de focar apenas nos erros, valorize e elogie as conquistas e o bom desempenho dos colaboradores.
  • Dê aos funcionários a chance de assumir novas responsabilidades e desafios, mantendo-os motivados e engajados.
  • Deixe claro que os colaboradores têm liberdade para tomar decisões e desempenhar suas funções com confiança.

Essas ações não devem ser vistas como custos extras, mas sim como investimentos que trarão retornos positivos no desempenho e satisfação de sua equipe.

Quer aprender mais sobre liderança? Continue navegando pelo blog da Alelo e descubra dicas para aplicar no seu negócio e maximizar o seu faturamento. 

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