Dentre as muitas pautas recorrentes nas discussões no LinkedIn, uma que sempre gera debates acalorados é a exigência de experiência prévia para candidatos a estágio.
Mas, afinal, pode ou não? Alguns profissionais acreditam que uma experiência mínima é fundamental para entender o perfil do estagiário e avaliar se ele possui a maturidade necessária para assumir responsabilidades profissionais.
Por outro lado, há quem defenda que exigir qualquer tipo de experiência de jovens que buscam seu primeiro emprego é um erro, visto que o estágio deveria ser encarado como uma oportunidade de aprendizado e formação da identidade profissional.
No entanto, não é permitido exigir experiência prévia de candidatos a estágio, já que esta função visa o aprendizado e desenvolvimento profissional, conforme mostra a Lei de Estágio (Lei nº 11.788/2008).
Para entendermos mais sobre o assunto e a importância de pensar sobre os candidatos a estágio, preparamos um conteúdo indispensável sobre o tema!
Bora conferir?
O que é a Lei de Estágio e o que ela diz?
Para muitos estudantes de diferentes cursos de Graduação, o estágio é a principal porta de entrada no mercado de trabalho.
No entanto, é comum encontrar vagas que exigem experiência anterior, o que contraria a Lei de Estágio (n.º 11.788/2008) e prejudica a essência do programa, que visa a capacitação e o desenvolvimento dos estudantes.
A Lei do Estágio, em vigor desde 2008, estabelece regras para garantir que essa atividade cumpra o seu propósito educacional e não seja utilizada como forma de contratação disfarçada de profissionais formados por um valor mais baixo.
A regulamentação define aspectos importantes, como carga horária, duração do contrato e os direitos dos estagiários. O descumprimento da lei pode sujeitar o infrator a multa de R$ 3 mil a R$ 30 mil. Para saber mais sobre esses tópicos da legislação, acesse aqui.
Quais são as discussões sobre exigir experiência para candidatos a estágio?
Não há dúvidas de que a exigência de experiência para candidatos a estágio é um tema polêmico e frequentemente debatido entre empresas, estudantes e especialistas em mercado de trabalho.
As principais discussões giram em torno dos seguintes pontos:
- Contradição com o propósito do estágio: esta modalidade é, por definição, uma oportunidade de aprendizado prático para quem ainda não tem experiência profissional. Exigir experiência contraria essa ideia;
- Barreira de entrada para estudantes: muitos alunos de Graduação não conseguem seu primeiro estágio porque todas as vagas pedem experiência prévia, criando um ciclo difícil de quebrar;
- Dificuldade de qualificação no mercado: se os estudantes não conseguem estágio porque não têm experiência, eles saem da faculdade sem prática e com menos chances de conseguir um emprego efetivo. E isso pode se tornar um ciclo bastante prejudicial para o mercado de trabalho;
Os defensores da exigência de experiência mínima, porém, argumentam que, em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é importante que os estagiários já possuam algum conhecimento prévio, seja em outras experiências de estágio ou até mesmo em projetos acadêmicos.
Segundo este argumento, isso ajudaria a identificar rapidamente candidatos com maior potencial para se adaptar ao ambiente corporativo e para enfrentar desafios desde o início da jornada profissional.

Afinal, como fica este cenário para profissionais de RH e gestores?
Muitos recrutadores acreditam que o estágio deve ser uma fase de aprendizado. Ou seja, de fato, não faz sentido exigir experiência prévia.
Neste sentido, em vez de experiência profissional, alguns RHs analisam atividades extracurriculares, cursos e projetos acadêmicos.
Os profissionais acreditam que é importante avaliar o potencial dos estudantes e habilidades comportamentais (soft skills), como proatividade, adaptabilidade, curiosidade e empatia, por exemplo.
Todas essas soft skills podem ser adquiridas por meio de experiências que não necessariamente são profissionais.
De fato, cada vez mais, as empresas estão repensando as exigências e buscando formas alternativas de avaliar candidatos, priorizando habilidades práticas e comportamentais em vez de experiência formal.
Como sanar alguns problemas na hora da contratação do estagiário?
De modo geral, as organizações têm reavaliado suas necessidades de forma equilibrada, buscando a melhor forma de integrar jovens talentos ao mercado de trabalho.
Mas para combater algumas ideias pré-estabelecidas, como a de que contratar estagiários sem experiência exige muito treinamento e pode não ser viável em ambientes de alta demanda, há algumas alternativas e soluções que podem ser colocadas em prática. São elas:
- As empresas podem oferecer mais treinamentos internos para capacitar estagiários;
- As organizações deveriam criar programas de estágio sem experiência prévia e focar na formação interna;
- As companhias podem investir no aprendizado e desenvolvimento contínuo de novos profissionais;
- As faculdades e até mesmo as empresas podem incentivar os estudantes a desenvolverem portfólios, projetos voluntários e cursos complementares para compensar a falta de experiência formal.
Se você ainda tem dúvidas de como criar um programa de estágio na sua organização, confira algumas dicas da Alelo acessando aqui!
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