O Dia Mundial da Alimentação é comemorado em 16 de outubro e foi criado com o intuito de promover a reflexão a respeito da qualidade da alimentação pelo mundo, considerando o nível de fome e insegurança alimentar.
A data foi escolhida em homenagem à criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. Seu objetivo é alcançar a segurança alimentar de todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade, suficientes para garantir uma vida ativa e saudável.
Falou em saúde e falou em comida, o Blog da Alelo tá dentro. Vem com a gente saber tudo sobre este tema. 🙂
Segurança alimentar significa uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente.
Ao contrário disso, insegurança alimentar é quando as pessoas não possuem uma alimentação saudável, de qualidade ou em quantidade suficiente para suprir suas necessidades.
Segundo o relatório da ONU, Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2022, o número de pessoas afetadas pela fome subiu para 828 milhões em 2021, uma alta de cerca de 150 milhões desde o início da pandemia de Covid-19.
Com a crise de saúde e a guerra na Ucrânia, o número saltou nos últimos anos e agora já afeta 9,8% das pessoas no mundo.
Por aqui, o cenário da fome e da insegurança alimentar também é preocupante, acometendo cerca de 33,1 milhões de pessoas no Brasil, ou 15,5% da população, segundo dados levantados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), por meio do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado em 2022.
Seja devido aos impactos econômicos da pandemia de Covid-19, aos efeitos da inflação nos preços dos alimentos ou falha de políticas públicas, a parcela mais carente da população é sempre a mais afetada pelas oscilações da oferta de alimentos, o que leva à insegurança alimentar, e mais drasticamente, à fome.
Contudo, no Brasil, uma alimentação de qualidade é um direito de todos, sendo assegurada pela lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, art. 2º: “a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população”.
Dentre as possíveis políticas públicas estão:
Estas sugestões fazem parte de um documento com 92 propostas para o combate à fome e à insegurança alimentar no Brasil, lançado durante o Encontro Nacional Contra a Fome, que reuniu 27 entidades, como a Ação da Cidadania, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Nomeado como “Agenda Betinho”, em alusão ao sociólogo Herbert de Souza, o projeto foi encaminhado a todos os candidatos à presidência da República, em junho deste ano.
“É um olhar também para que tipo de alimento está sendo consumido. Temos que reduzir subsídios e incentivos para o consumo de alimentos ultra processados enquanto não existe incentivo para orgânicos e saudáveis”, avalia Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania.
Como vimos anteriormente, a segurança alimentar vai muito além de ter acesso à comida. É preciso ter acesso à comida saudável.
Ou seja, frutas, legumes e verduras, cereais e ingredientes em sua forma integral, sem aditivos ou substâncias que os descaracterizem de sua versão original, removendo os nutrientes indispensáveis à manutenção da saúde, o que ocorre com os alimentos ultra processados.
Afinal, em alguns lugares do planeta, a fome não é o problema e sim a alimentação inadequada, que é responsável por problemas de saúde como a obesidade.
De acordo com um relatório da ONU, 40 milhões de crianças menores de cinco anos estão com sobrepeso. O número de crianças e adolescentes em idade escolar com esse problema é também assustador, sendo estimado em 339 milhões de pessoas. Já os adultos obesos são cerca de 672 milhões.
Participar ativamente das pautas relacionadas ao combate à fome, seja através do voluntariado, doações a instituições voltadas ao tema, cobrar as autoridades a respeito das políticas públicas, são algumas ações que podem contribuir para reduzir a fome ao redor do mundo, além de pequenas mudanças no dia a dia, que veremos a seguir.
Uma pesquisa de doutorado realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estudou as causas do desperdício de alimentos entre fornecedores e supermercados, avaliando atividades de distribuição, armazenagem, exibição, manuseio e descarte de frutas, legumes e verduras em lojas e centros de distribuição.
Conforme os resultados, no geral, os supermercados não dizem para os fornecedores o quanto eles esperam vender daquele produto, e com a dificuldade em prever a demanda e planejar a produção, os produtores acabam se baseando apenas no que venderam de cada alimento, sem saber, de fato, quanto está sendo comprado pelo cliente final.
O resultado é o desperdício de vários itens que acabam sobrando, seja pela diferença entre a oferta e a demanda, ou mesmo pela seletividade do consumidor, que descarta os ingredientes com pequenos “defeitos”.
Do total de alimentos jogados fora diariamente no país, 40% das perdas ocorrem na distribuição após o processamento, sendo que o varejo é responsável por 12% desse total. Então, se você tem um estabelecimento comercial, fique atendo a estas dicas para fazer o controle de estoque.
Surgem então iniciativas como a Fruta Imperfeita, que vende ingredientes fora do “padrão”, mas ainda super nutritivos e saborosos.
Além de não ter preconceitos com as formas e cores da natureza, antes de fazer compras, certifique-se de que já utilizou todos os ingredientes da geladeira. Também é bom evitar compras muitos grandes de ingredientes perecíveis para não estragarem antes de ter a chance de consumi-los.
Existem muitas receitas e formas criativas para utilizar as frutas e legumes de forma integral, inclusive com cascas e sementes. É o que startup Comida Invisível promove, através de ações contra o desperdício alimentar.
Para prolongar o prazo de validade dos alimentos, é muito importante guardá-los da maneira correta, observando a temperatura ideal, umidade e embalagens.
Considere congelar as refeições prontas que sobram, assim, além de não jogar comida fora, você terá um prato pronto quando precisar.
Ao comprar de pequenos produtores, você incentiva a economia local e a agricultura familiar, que é mais sustentável. Além de encontrar alimentos mais baratos e mais nutritivos, já que não precisam ser transportados por longas distâncias.
No âmbito profissional, cabe à iniciativa privada cuidar da segurança alimentar de seus colaboradores através do vale-alimentação.
Foi com este intuito que o PAT, Programa de Alimentação do Trabalhador, foi criado. As empresas cadastradas disponibilizam para os seus funcionários o valor destinado à compra de alimentos, em troca de benefícios fiscais.
Na Alelo existem várias opções de benefícios voltados à alimentação, como Alelo Refeição, Alelo Alimentação, Alelo Tudo, Alelo Natal e muito mais.
Deu pra ver que todos podem contribuir para esta causa tão importante, certo? Então, bora arregaçar as mangas e fazer nossa parte por um mundo sem fome.
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