Quando uma família gasta mais do que pode, é certo que aconteça um desequilíbrio do orçamento doméstico, deixando todos no sufoco em conviver com a falta de uma gestão financeira familiar organizada e eficiente.
E as dívidas, infelizmente, fazem parte do dia a dia das famílias brasileiras. Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 78% dos lares das capitais brasileiras estão atualmente nesta condição, totalizando 12,73 milhões.
Estas famílias estão com dívidas ativas relacionadas principalmente a faturas de cartão de crédito, boletos do varejo ou financiamentos de veículos e imóveis.
Ou seja, são pendências que exigem atenção especial, pois corroem o poder de compra e a economia doméstica, colocando muitas famílias em uma situação complicada, pois acabam adquirindo novas dívidas para que a primeira seja sanada.
Mas saiba que com disciplina e planejamento, é possível criar uma base financeira sólida e sair do buraco do endividamento.
Bora lá saber mais sobre gestão financeira familiar?
O que é gestão financeira familiar?
Uma família, independentemente se ela é formada por muita gente ou somente por alguns membros, costuma ter muitos gastos.
Das contas do mês às compras do supermercado, passando pelo carro que precisa ir para a manutenção no mecânico e pela “pequena” lista de material escolar das crianças, os gastos não param e muitas vezes o salário e demais receitas fixas apenas não bastam.
Para que nada saia do controle do orçamento, é preciso fazer a gestão financeira familiar, um conjunto de práticas e estratégias usadas para administrar as finanças de uma família de forma eficiente, sem que os gastos sejam maiores do que os ganhos.
Com o planejamento e o monitoramento de gastos, é possível traçar metas financeiras viáveis e que auxiliem na identificação de oportunidades para economizar.
Sem uma educação financeira eficiente, sua família pode sofrer os seguintes impactos:
- Endividamento e juros altos: sem controle financeiro, é comum gastar mais do que se ganha, acumulando dívidas com cartões de crédito, viver de empréstimo em empréstimo, usar demais o cheque especial e, assim, precisar pagar juros elevados que levam uma fatia significativa do orçamento familiar;
- Falta de reserva: sem planejamento, a família pode não ter uma reserva de emergência, dificultando lidar com imprevistos, como: doenças, perda de emprego ou reparos inesperados;
- Estresse e conflitos: problemas financeiros são uma das principais causas de brigas entre casais e familiares, gerando tensão, insegurança e até mesmo separações;
- Dificuldade para realizar sonhos e metas: comprar um imóvel, viajar ou pagar a faculdade dos filhos se tornam desafios quando não há um planejamento financeiro adequado;
- Risco de insolvência e perda de bens: o acúmulo de dívidas pode levar a perda de imóveis, veículos ou bloqueio de contas bancárias devido à inadimplência;
- Dependência financeira de terceiros: sem uma gestão eficiente, a família pode precisar pedir dinheiro emprestado a parentes ou recorrer a empréstimos frequentes para cobrir despesas básicas.

Como fazer a gestão financeira familiar?
Algumas etapas são essenciais para manter as contas da sua família equilibradas. Uma maneira interessante de fazer a gestão financeira familiar ganhar um upgrade é realizar uma análise financeira minuciosa.
Então, antes de qualquer mudança, entenda quais são as suas receitas (salários, rendas extras) e despesas (contas fixas, alimentação, lazer).
Veja a seguir o melhor caminho a trilhar para alcançar a tranquilidade econômica:
- Criar um orçamento familiar: liste todas as despesas e compare com a renda da família. Separe os gastos pelas categorias “essenciais (moradia, alimentação, transporte, saúde), “variáveis” (lazer, compras, assinaturas) e “investimentos” (poupança, previdência, aplicações);
- Controlar gastos supérfluos: deixe de lado assinaturas (revistas, TV a cabo, clube do livro, etc.), planos de streaming e outras despesas que podem ser cortadas;
- Evitar e controlar dívidas: se já existem dívidas, priorize o pagamento das que têm juros mais altos, e evite fazer novas compras parceladas sem necessidade. Determinar o limite de gastos e pesquisar preços também são táticas necessárias para quem não quer entrar no vermelho;
- Manter uma reserva de emergência: guarde pelo menos o equivalente a três a seis meses de despesas em uma conta separada, para imprevistos como perda de emprego ou problemas de saúde;
- Definir objetivos financeiros: estabeleça metas para curto, médio e longo prazo, como viajar, comprar um imóvel ou garantir um futuro mais seguro por meio de uma aposentadoria confortável. Para isso, é preciso saber diferenciar necessidades e desejos para onde serão direcionados os gastos da casa;
- Investir com inteligência: busque opções de investimentos que façam sentido para seu perfil e seus objetivos, como Tesouro Direto, fundos imobiliários ou previdência privada;
- Conscientizar toda a família: todos precisam estar alinhados sobre as necessidades econômicas da família, inclusive as crianças, que devem entender o valor do dinheiro e a importância do planejamento.
Mas é claro que não é nada simples conseguir administrar as finanças. Para quem tem dificuldades em assimilar essas informações e precisa dar um empurrão no aprendizado, veja dicas de podcasts e cursos sobre educação financeira.
Confira aqui mais textos com orientações financeiras e fique por dentro das melhores maneiras para administrar o seu dinheiro e de toda a família.