Um novo termo tem dominado os debates na internet e colocado em xeque alguns valores preciosos ao mundo corporativo: o quiet quitting.
Traduzida livremente como “demissão silenciosa” ou ainda, “desistência silenciosa”, a expressão significa dizer “não” ao excesso de trabalho ou às ambições em relação à carreira profissional.
A #quietquitting ganhou repercussão nas redes sociais, a partir do segundo semestre de 2022. Até setembro, o termo teve 108 milhões de visualizações no TikTok.
Mas você sabe como essa tendência tem mexido – e ainda vai mexer – com a relação trabalhadores-empresas?
Entenda isso e muito mais sobre o quiet quitting e descubra se você é um adepto do lema “trabalhar para viver e não viver para trabalhar”. Vamos lá?
O que é quiet quitting?
O quiet quitting, apesar de significar “demissão silenciosa” em inglês, não se trata exatamente de perder ou deixar o emprego, mas fazer somente aquilo que está descrito no contrato de trabalho e se recusar a assumir compromissos extras.
Contudo, não entrar em muitos projetos, se recusar a trabalhar além do horário ou passar o fim de semana em frente à tela do computador, acaba soando como o comportamento de alguém que simplesmente desistiu do emprego.
Quando na verdade, o quiet quitting é um movimento de valorização da vida pessoal e da saúde mental em oposição ao “tudo ou nada” do sucesso na carreira profissional, com horas intermináveis de trabalho que a cultura da hiper produtividade impõe.
A discussão é sobre colocar um limite entre vida pessoal e profissional.
Como surgiu o quiet quitting?
Se você ainda não tinha ouvido falar em quiet quitting, pode ser que você não faz parte da chamada Geração Z, grupo de pessoas nascidas entre a segunda metade da década de 1990 e o ano de 2010.
Foram os profissionais norte-americanos dessa faixa etária que levaram à tona esse debate, usando uma ferramenta que eles dominam: as redes sociais.
A “viralização” do termo aconteceu com uma postagem de Zaid Khan (@zkchillin), no TikTok, em julho de 2022. “Seu valor como pessoa não é definido por seu trabalho”, disse Khan, de 24 anos. O vídeo recebeu 500 mil likes e foi visto mais de 3 milhões de vezes.
Essa atitude de fazer “o mínimo possível” no trabalho, bate de frente com o que foi colocado como a regra do mundo corporativo pelas gerações anteriores, que pregavam que a vida pessoal poderia, por vezes, ser colocada em segundo plano.
“Dar o sangue” e “vestir a camisa da empresa” eram as frases queridinhas e, de certa maneira, continuam valendo para a maioria das organizações.
Pandemia, home office e quiet quitting
Algumas questões ligadas ao excesso de trabalho transformaram o quiet quitting em tendência. Uma delas foi a pandemia de Covid-19, que obrigou inúmeras empresas a optarem pelo trabalho remoto, o chamado home office.
Com as incertezas quanto ao futuro, a sobrecarga de tarefas, a dificuldade em reconhecer os limites entre horário de trabalho e de lazer, entre outros fatores ligados à pandemia, causou uma explosão da Síndrome de Burnout nos últimos tempos.
Este esgotamento físico e mental é fruto do “estresse crônico no local de trabalho”, de acordo com a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Uma pesquisa feita pela LHH do Grupo Adecco, empresa suíça de recursos humanos presente em 60 países, apontou que 38% das pessoas, entre as 15 mil com cargo de liderança ouvidas, dizem terem sofrido da Síndrome de Burnout em 2021.
Os mais afetados foram, justamente, os trabalhadores da Geração Z. 45% dos jovens entrevistados foram afetados pela doença ou algum tipo de distúrbio mental, como ansiedade ou depressão.
Termo quiet quitting gera preconceitos
Diretora de Gente & Transformação da Alelo, Veloe e Pede Pronto, Soraya Bahde explica que a maneira com que o quiet quitting foi denominado gerou preconceito e desentendimento sobre esse comportamento.
“Colocou-se como uma forma negativa, pejorativa, porque ‘quitting’ parece que você está ali escondido, de uma forma não transparente, saindo de fininho. E, na essência, não é exatamente isso. Tem a ver com fazer o que foi combinado e não ficar o tempo inteiro querendo surpreender, fazendo mais e colocando o trabalho acima de tudo”, avalia a diretora da Alelo.
Para Bahde, o termo somente normalizou atitudes que já aconteciam antes e fez com que as pessoas se questionassem em relação a alguns procedimentos “comuns” do mercado de trabalho. “A gente só deu um nome para isso”, ressalta.
Assista o vídeo completo:
Como o RH deve lidar com o quiet quitting?
O quiet quitting pode ser reflexo de um desânimo com o trabalho, e isso pode inclusive impactar negativamente a performance das corporações.
Questões como as seguintes podem ser sintomas de um ambiente corporativo nocivo:
- Jornadas exaustivas;
- Sobrecarga de tarefas;
- Desgaste emocional;
- Cultura tóxica.
Empresas podem perder a chance de atrair novos talentos e ficar com má fama no mercado de trabalho caso não corrijam problemas como esses. Desse modo, os setores de Gestão de Pessoas precisam estar atentos a isso.
Jornadas de trabalho estendidas podem, ainda, render problemas jurídicos devido ao desrespeito às regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Como manter os colaboradores engajados?
Para manter os colaboradores engajados, é preciso estar atento ao ambiente de trabalho (mesmo que remoto) e à saúde mental da equipe. Confira a seguir algumas dicas para ajudar os líderes da sua empresa a melhorarem esse cenário:
- treine gestores e líderes para a promoção da saúde e do bem-estar;
- permita dias e horários de trabalho flexíveis;
- dê feedback aos funcionários, informando explicitamente suas decisões e as suas motivações;
- promova políticas de diversidade e inclusão, uma vez que experiências de desigualdade e discriminação nas empresas estão diretamente ligadas ao estresse e ao desinteresse com o trabalho.
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O quiet quitting pode ser um sinal de que os seus colaboradores estão precisando de uma atenção especial.
Um caminho para garantir a satisfação do quadro de funcionários é oferecer um bom PCCS e, claro, benefícios!
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