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A saída encontrada por muitas empresas para manter a rotina de trabalho em meio a pandemia causada pelo novo coronavírus foi expandir o home office. Mas a verdade é que o trabalho remoto ainda é uma novidade para bastante gente, ainda mais porque a nova rotina muitas vezes conta com a presença das crianças, já que as aulas foram suspensas em todo o território nacional. Afinal, como fazer home office com os filhos?
Especialistas ouvidos pelo Blog da Alelo reforçam que o momento exige muita conversa entre líderes e colaboradores.
“A primeira coisa que temos que ter em mente é o momento atual: os profissionais não estão só trabalhando em home office, estão em quarentena. Ou seja, para a grande maioria, a rede de apoio que temos quando trabalhamos, como creche, escola para os filhos e ajuda nas tarefas do lar, não estão funcionando. Além de trabalhar, as pessoas estão tendo que fazer diversas outras atividades”
diz Marcelo, CEO do Grupo Soulan e Country Manager da Thomas International Brasil.
Já Cesar Rossi, co-founder e CEO do BWG, empresa que busca a construção de cultura de alta performance no Brasil, ressalta que o momento requer que algumas adaptações sejam feitas na rotina das crianças para que seja possível fazer home office com crianças.
“É um momento sem precedentes, hora de agir com muita disciplina e um esforço absurdo, todos nós seremos testados e levados além dos limites para manter tudo rodando. É sobre fazer o melhor que pudermos, ter mais compaixão por nós mesmos, pois não dá para querer que as coisas continuem como eram”, diz. “É importante manter a resiliência e a positividade, sendo claro, realistas, mas se apegando em um futuro bom é que logo essa situação passará”
completa Cesar, pai da Chiara, de 8 anos, e Matteo, de 3 anos.
O executivo afirma que o principal a ser feito para criar um ambiente harmonioso nesta fase de quarentena é criar uma rotina bem definida para toda a família. Conversar e explicar para as crianças com todos os detalhes sobre a situação que o mundo está passando é fundamental. “Crianças são inteligentes e compreensivas, se as tratarmos com a maturidade que merecem, elas tendem a cooperar muito mais do que simplesmente criar qualquer história que não seja extremamente honesta”, diz Cesar.
O Blog da Alelo também conversou com Camila Antunes, pedagoga e co-fundadora da consultoria Filhos no Currículo, para entender como a relação com as crianças pode ser melhor trabalhada neste momento.
“O primeiro passo diante de um cenário tão complexo em que houve uma ruptura brusca com tudo que vivíamos é aceitação do novo. A casa se tornou nosso lugar de descanso, de trabalho, academia, lazer, escola, por isso é muito importante estabelecer uma nova rotina para esses dias”, afirma.
Segundo ela, a ideia é convocar todos os adultos e crianças da casa para um alinhamento no começo do dia, como uma reunião de equipe. Nessa hora é interessante todos reconhecerem o que deu certo no dia anterior, distribuir atividades incluindo as tarefas domésticas.
Para Camila, as tarefas de casa são enormes oportunidades de brincar, aprender e se conectar com os filhos. Limpar a casa, arrumar a cama e cozinhar podem ser parte da rotina e da brincadeira. “As crianças adoram colaborar quando se sentem pertencentes e úteis”, reforça.
Bebês precisarão de colo, não há como mudar isso. Usar sling e tapetinhos com alguns brinquedos simples pode funcionar para ter algum tempo. É importante manter supervisão integral. Se tiver mais gente responsável em casa, como cônjuge e familiares, procure revezar a atenção dada às crianças. Assim, ninguém fica tão cansado.
As crianças pequenas, a partir de dois anos, podem levar roupas para a máquina, tirar o prato da mesa, ficar ao lado lavando louça, esticar a cama, guardar brinquedos, por exemplo. Eles adoram passar pano, aspirador, colocar a mesa do café da manhã. São atividades que fazem com que se sintam úteis e parte da família. Tudo se transforma em uma grande brincadeira se tivermos paciência e com tanto que não seja exigida perfeição. Isso pode ajudar durante o tempo de uma reunião, por exemplo. Se houver oportunidade, é interessante que os pais combinem horários de reuniões e evitem de marcar no mesmo horário, assim é possível intercalar os cuidados com as crianças.
Essas crianças pequenas não têm autonomia para brincar sozinhas por muito tempo, por isso precisamos mostrar a elas o que podem fazer e ajudar ampliar seus repertórios. Itens como massinhas, tinta e livros para colorir são atividades interessantes.
Criar cantos de imaginação com objetos da casa (pregadores de roupa e acessórios como balde, pegadores de cozinha costumam ser sucesso), fazer circuito de corrida nos móveis (almofadas, pufs, tapetes são estações), desenhar com lanterna embaixo da mesa, são exemplos de atividades simples que ajudam a preencher o tempo.
Para as crianças mais velhas, a autonomia de ficarem sós e cumprirem suas próprias rotinas escolares é maior. Mas eles precisam de suporte emocional e algumas sugestões podem ser: um quebra cabeça com muitas peças, jogos de tabuleiro, “stop” em família, jogos de adivinha, um filme juntos no fim do dia, e reunião online entre os amigos.
A pedagoga afirma que nem tudo vai sair como o planejado e que a cobrança exagerada para dar conta do trabalho e dos filhos pode ser ainda mais prejudicial para o ambiente. “Como adultos, os pais, precisam entender que não temos o papel principal de entreter nossos filhos. Estamos há mais de um mês em casa e conseguir ou não fazer as atividades não pode ser mais uma lista no check list ou indicador de sucesso de mães e pais da quarentena”, finaliza.
Além dessas dicas, você também pode conferir outras publicações realizadas aqui no Blog da Alelo abordando o momento em que estamos vivendo como o necessário isolamento social, quarentena e o trabalho em home office (com crianças ou não!)
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