O home office está se popularizando. Grande parte das empresas implementam o teletrabalho em alguns dias da semana, o que é um fator motivacional na hora de atrair talentos. Um estudo da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), com participação de 155 empresas de São Paulo, apontou que 85% delas já têm alguma iniciativa voltada para a mobilidade, incluindo o home office. Outro estudo da Harvard Business Review mostrou que há uma alta de 13,5% na produtividade do trabalhador após adesão do home office. Fatores como o desgaste menor com a mobilidade, mais tempo com os familiares, silêncio no ambiente e alimentação em casa foram elencados como as principais alavancas do índice de produtividade. Esses estudos revelam alguns pontos de motivação no home office para os colaboradores.

No entanto, diante da disseminação do coronavírus, alguns setores privilegiados pela possibilidade de trabalhar de casa estão com até 100% de seus colaboradores neste novo regime em caráter temporário. E ao contrário do que alguns estudos feitos dentro de condições normais identificou, não é fácil manter a motivação ao evitar comparecer à empresa e sair de casa, tendo que lidar ao mesmo tempo com desafios simultâneos nesse momento de adaptação ao trabalho remoto em tempo integral, ou seja, sem aquele dia valioso de visita à sede e interação entre equipes.

Por isso, preparamos algumas dicas, divididas em três pilares, para você manter a motivação no home office ao máximo:

1. Ritual

A rotina de ir para o escritório, incluindo tomar um banho, o hábito antes de sair de casa, entrar na empresa, tudo isso ajuda o cérebro a compreender que chegou o momento de ser produtivo e engajado para as atividades do dia a dia. Uma mudança para home office, pode roubar sua motivação e o novo cenário pede que você estabeleça novas regras. Você pode, por exemplo, começar o dia com um café da manhã, aquela série de abdominais e polichinelo, sua leitura matinal das principais notícias ou o que quer que funcione para entrar no “modo trabalho”.

Estabeleça também uma recorrência de recompensas. Nosso cérebro trabalha em busca de recompensas, o que é ótimo, pois este empenho aumenta a produção de dopamina, um neurotransmissor ligado à motivação e ao prazer. Por isso, podemos estipular pequenas metas diárias e, a cada cumprimento, nos recompensarmos com uma pausa para espreguiçar, tomar um ar na janela, se alongar, preparar algo saudável para comer para que assim o processo do home office se torne algo mais prazeroso.

2.  Ambiente 

Na medida do possível, evite mudar muito de lugar dentro de casa. Definir um local “sagrado” de trabalho tem efeito benéfico para o cérebro para ajudá-lo a entender quando é hora de produzir. Se você tem espaço em casa e divide o local com mais pessoas, como filhos e cônjuge, um combinado pode funcionar, do tipo: “a mamãe fica com a mesa de jantar na sala, a filha com o escritório e o papai com uma mesa na sacada” – um acordo como esse, ajuda a encurtar o período de adaptação ao criar o novo “normal”. E se alguém quiser mudar de lugar, tudo bem. Reveze.

Só um alerta aqui: evite forçar a permanência em ambientes que foram destinados a outras atividades. Por exemplo, a mesa da cozinha tem como função original sediar refeições. A cama foi feita para dormir e o sofá da sala para assistir sua série predileta, certo? Se você concorda, sua produtividade pode não ser tão boa nesses locais porque seu cérebro nota um sutil chamado para outras atividades que estabelecerão relação de conflito com seu trabalho. Por tanto, se houver possibilidade, prefira ocupar um cômodo preparado para que desempenhe atividades de trabalho, que conte com uma mesa limpa, em altura que favoreça a ergonomia para prevenir dores nas costas e nas articulações, onde exista uma cadeira também que permita deixar a coluna ereta, iluminação adequada para minimizar o cansaço dos olhos… Isso tudo tem relação com distração, produtividade e reflete na motivação.

Além disso, o Ministério do Trabalho estabelece padrões para os funcionários realizarem suas atividades com o máximo de conforto e segurança, independentemente de onde as tarefas são desempenhadas. Quando o trabalhador autoriza, a empresa pode realizar a análise ergonômica do local de trabalho, averiguar as condições e, se necessário, fornecer equipamentos e fazer adaptações para tornar o ambiente adequado.

Sem falar que normalmente no escritório temos pastas e papéis, uma caneca, agenda e canetas para anotações etc. É importante deixar tudo organizado para manter baixos os níveis de estresse. Vale a pena investir em uma estante, armário baú ou gaveteiro por esta razão. E não precisa ser chique, com tanto que funcione. Afinal, a bagunça provoca distração e faz lembrar de outras coisas na fila para fazer, causando assim ansiedade.

3. Autocontrole 

Home office em condições normais é uma maravilha. Os filhos estão na escola, o cônjuge está no trabalho, uma diarista ou babá pode ser acionada para ajudar nas tarefas domésticas, a academia de ginástica está aberta, dá para levar seu bichinho de estimação na rua para uma volta. Mas atualmente com todos em casa, a agenda fica lotada nos três turnos. Manter o foco é sinônimo de missão impossível.
Como agravante, diante do desafio de realizar uma atividade complexa para o trabalho, estando em casa, é natural que nosso cérebro tente procrastinar e procure nos convencer de fazer de tudo, menos trabalhar na atividade. É normal incorporar à “caixa de ferramentas” do home office, a geladeira, máquina de lavar, micro-ondas e TV. A dica aqui é refrear o desejo frequente de abrir a geladeira a cada cinco minutos, de colocar roupa para bater e a louça para lavar antes ou após iniciar uma tarefa do trabalho. Ao invés disso, prefira reservar um horário na agenda para as atividades domésticas e siga o planejado com toda disciplina que puder, até que se torne um hábito. Mas honestamente, esperamos que a quarentena termine antes disso 😉

Leia também nosso post sobre 10 mitos e verdades sobre home office e, antes dele, sobre como as empresas estão se adaptando a esta forma de trabalho.

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